Curta-metragem independente “Virtualidade” estreia em festival de Nova Iorque
Desenvolvida e executada por Marta Torres, a produção é um tributo ao cinema mudo combinado a reflexões sobre as novas tecnologias
Marta Torres representa pelo terceiro ano consecutivo o Brasil em festivais de cinema de Nova Iorque com a estreia mundial de seu segundo curta-metragem “Virtualidade”. A produção independente fará parte entre os dias 16 e 20 de outubro do “Chelsea Film Festival”, em Manhattan, um dos melhores festivais norte-americanos focado em apresentar novos diretores, produtores e atores do audiovisual. “Virtualidade”, que estreia com o prêmio de “best staff pick” conferido pelo “Around Film Festival Paris”, é o único curta considerado no gênero “experimental” dentre os 22 filmes internacionais e marca a trajetória da cineasta brasileira com uma narrativa que se diferencia das práticas e estilo do cinema comercial ou industrial.
Praticamente planejado e executado inteiramente por uma mulher, da concepção até a apresentação no festival, “Virtualidade” é um tributo ao cinema mudo, com takes em preto e branco amarelado que provocam no público reflexões trazidas pelas novas tecnologias. “Contei com o ator Alan Pellegrino para dividir a narrativa de dois personagens que se encontram na idílica cidade do Rio de Janeiro, a fim de levar os espectadores a refletirem sobre questões trazidas pelas tecnologias atuais, dispensando diálogos e acompanhados de uma trilha sonora clássica”, conta a protagonista e realizadora, Marta Torres. Por se tratar de uma produção independente, Marta Torres comenta sobre as dificuldades enfrentadas, como por exemplo o momento da gravação na pedra do Arpoador de forma que ambos os personagens parecem estar sozinhos, sem qualquer patrocínio.
A cineasta, que também assina a fotografia, já havia conquistado o público de variados continentes com outro efeito especial: a gigantesca Mandioca Rainha em um templo sagrado, que passa um recado para a humanidade ao viajar pelos conhecimentos e belezas ancestrais sul-americanas. “A missão encantada”, seu primeiro curta-metragem em festivais, ganhou nas categorias experimental, ficção e documental, com destaque ao prêmio conferido pelo governo chinês como terceiro melhor filme para promoção e divulgação da ciência, e sua participação no mais antigo festival para filmes de arte da Europa com a exibição de uma produção em um museu renascentista italiano, além de salas de teatros de Paris, Nova Iorque e Houston.
Sobre “Virtualidade”: “Na era da inteligência artificial, dois personagens iniciam uma conversa pelo aplicativo “Socialverse” e encaram suas dúvidas sobre a percepção do que é real no mundo virtual e do que é ilusão na realidade”. Um tributo ao cinema mudo combinado às questões trazidas pelas novas tecnologias. Mais informações no site do festival.
Sobre Marta Torres: Marta Torres é uma atriz, diretora, produtora, escritora e fotógrafa brasileira, com experiência de atuação no Brasil, Estados Unidos e Alemanha. Desenvolveu estudos de atuação no Brasil e foi assistente de oficinas de teatro físico na Europa, somando essa experiência aos seus estudos de cinema na Escola de Cinema Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro, Método Ivana Chubbuck em Los Angeles, entre outros. Seu primeiro curta-metragem independente vem recebendo prêmios no mundo todo, especialmente na categoria experimental.
Andrea Pêssoa
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