Enigma de Fogo – Poesia

Enigma de Fogo

Na claridade da manhã
violenta expulsão da primeira estrela
sem guia e sem guru
me entrego ao calor do sol.
Nos raios alaranjados
vou me perdendo alucinada.
A tarde cai em mim, melancólica
fico então silente e só
qual Narciso masoquista.
A noite escurecendo
minh’alma extraviada
sobe nos montes distantes
procura sangue e conquista
nas estepes solitárias.
Travestida em lobo sarcástico
uivando árias tresloucadas
faiscando ar e fogo
pelos poros sem razão
choro a noite que há em mim.
O silêncio de ser só
a miséria de ser pó
o desastre de ser nó
na garganta das esferas.
Então desço das estepes
viro gente, some a fera
pra deitar no leito quente
onde jaz sexo e chama
deleito-me no seu corpo nu
meteoro incandescente.

Elizabeth de Souza

Sobre Elizabeth Souza 408 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

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