E o Natal é momento das famílias estarem reunidas, celebrar alguma coisa muitas vezes esquecida, no entanto tem muita comida. E em meio a comilança, a bebilança e a grande pança, ninguém mais se lembra de nada. Qual era mesmo o motivo de tudo isso?
Estamos esquecendo os motivos, os sentidos, a consciência e os símbolos. Mas, especificamente aqui no sul do sul do equador, na terra brasilis, estamos apáticos diante de tudo, no limiar da terra plana. Além de esquecer os motivos, estamos esquecendo o significado das coisas e das palavras, trocando os sentidos e as letras; esquecendo a coerência, o conhecimento do básico do básico. Uma boa parte ainda está na quinta série (não desvalorizando essa fase maravilhosa do ensino), aquele pessoal ressentido da sala, que não conseguiu aprender nenhuma matéria direito, nem apreender o mínimo das coisas que rolam no mundo. E agora estão liberadas para pisar, massacrar e violentar todo o conhecimento que não aprenderam, toda a cultura que desprezaram com tanto fervor. Agora estão soltos e à mostra, porque tem quem os valide. Tem em quem espelhar.
Mas como diz um amigo das antigas, agora é um momento único, quem sabe agora vamos acordar para lutar contra esse pessoal adepto do obscurantismo, do ressentimento e do ódio. Combater essa “treva” com a luz e com o esclarecimento. Otimismo lindo do meu amigo. Quisera eu, ser tão otimista.
Mas o pior de tudo, é a hipocrisia. Essa, está nos matando aos poucos, devorando nossas almas infantis e adultas, sem dó nem piedade. Ver esse bando de energúmenos falando de “deus” de forma tão fanática e falsa, nos leva paradoxalmente ao ateísmo. Falam de forma autoritária, como se o estado não fosse laico, agem de forma vil, do vil metal descaradamente e ficamos como zumbis, sem apocalipse, ainda. Ver essa horda ignorante que não conhece nem a própria história, nem a história do mundo, é de lascar o pé da goiabeira.
Até quando vamos suportar essa tortura física e psicológica?
Dizer que o Natal é a reunião da família, já se perdeu no tempo, pois agora tornou-se um racha claro: Cultos/incultos, treva/luz, pacíficos/violentos, hipócritas/sinceros, Verdades/mentiras, liberdade/ditadura e tantas outras contradições.
Vamos superar isso algum dia? Vamos conseguir a síntese desses paradoxos? Como?
Então é Natal!
Elizabeth de Souza
E todo ano, a mesma música….
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