Entrevista com o escritor Daniel Munduruku

Teresa Bendini entrevista Daniel Munduruku

Estive na Feira Literária da USP em São Carlos. Mostrando, graças ao trabalho do meu editor, o livro de minha autoria, “Krenak, o menino dos braços compridos”.

 

Cheguei na terça, 23 de agosto, quando ocorreu o encontro que eu considero mágico, entre dois seres, quase entes, da floresta: Meu editor Nicodemos Sena e Daniel Munduruku. Dois seres excepcionais. Os dois, amazônicos, lançando seus respectivos livros. Todos eles, com visões de mundo muito especiais. Visões semelhantes. Daniel Munduruku, trata de tirar o indígena do estereótipo de índio, construído pelo colonizador. Nicodemos trata de denunciar, como jornalista e romancista que é, a crueldade existente na ação colonizadora. Essa índole nefasta, (viva ainda), circula, não só na floresta, mas em todo país, nos nossos preconceitos. Ouvir a palestra desses dois queridos, me fez acreditar que o tempo presente é de fato um PRESENTE. Como disse Daniel Munduruku, não se chamaria presente, o tempo transformador, não fosse ele, de fato um presente! Na viagem de volta eu li o livro que comprei do Daniel, “MUNDURUKANDO”, trata-se de um livro que põe em evidência a questão indígena, de forma a sacudir e enriquecer, nossa concepção de brasilidade. Somos fruto da violência cometida lá atrás com as etnias que nos compõe. Daniel Munduruku em seu livro, relata o seu ponto de vista sobre descobrimento. Sua sensibilidade convida a nossa a pensar identidade brasileira. Também nos convida a refletir sobre o conceito de nação, enfim, nos convida a examinar variados conceitos nunca antes examinados. Pedi à ele uma entrevista, um tanto relâmpago, visto que o momento pedia urgência. Gentilmente ele me cedeu suas palavras recheadas de sabedoria. Foi sim, o tempo presente, se fazendo precioso. E esse tempo está se abrindo, (como presente que é), na aurora- ação de muitos. Deixo prá vocês, leitores da Revista Entrementes, essa deliciosa fala.

Daniel Munduruku é escritor e professor-doutor em educação, pela USP. É pós-doutor em Literatura pela Universidade de São Carlos, ganhador do Prêmio Jabuti entre outros. Organizador do encontro entre Escritores e Artistas Indígenas, que acontece durante o Salão FNLIJ do Livro para crianças e jovens.

Teresa Bendini

Confira a entrevista:

 

 

1 Comentário

  1. Grata Beth querida, no calor da hora, não fui tão perfeita ao perguntar, porém, as respostas do querido Daniel Munduruku, foram geniais e abrilhantaram a entrevista. Um filósofo, um pensador, mais um que soma à esse mutirão de pessoas libertárias, que apostam firmemente nos nossos sonhos e na sua realização.

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