Escrevo
Não escrevo poesia
só relato minhas agonias
escrevo para sobreviver
ao abismo das minhas dores.
Escrevo versos di-versos
sem sentido e à deriva
só para sentir o gosto
das palavras em minha boca.
Escrevo porque minhas mãos
deslizam aleatórias
acariando palavras vivas
que brincam ao meu redor.
As palavra são intensas
no momento e não perduram
depois voam com o vento
sem destino e além.
Nem preciso registrar
faço apenas por vício
um artifício para viver
num mundo em destruição.
E se encontrar algum ser
que se pareça comigo
gera uma conexão espontânea
cumplicidade se instala e sigo.
Mas, cada um é cada um
sentimentos são dúbios
desfilando com suas máscaras
num eterno carnaval.
Elizabeth de Souza
Belíssimo poema Beth.
Obrigada Gilberto!
É um poema que escrevi em 2021…
Abraço!
Beth