
Fragmentos de Abril
Por Joka Faria
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Há a calmaria de ler um livro de poemas.
Mas ler é um ato de esquecimento da vida.
Mas… desconfiar do que se lê, pós-Inteligência Artificial.
Cassiano Ricardo sabiamente profetizou: a máquina o fará por nós.
Leio poetas de antes da Inteligência Artificial.
—
Mas a máquina nos engana?
Ou nós enganamos a máquina?
—
Desconfio de toda e qualquer literatura, mas a sorvo.
Sorvo. Sem limite.
Quero ler poemas imorais.
Mas o que é a moral? Um jogo de regras éticas.
Desconfio de toda arte pós-Inteligência Artificial.
Mas leio à sombra das árvores.
À beira da estrada de ferro.
Quem sabe, num vislumbre, veja uma Maria Fumaça.
—
Quando as ruas…
NÃO VEJO OS MORTOS… AQUELES QUE NOS FAZEM FALTA.
—
O que diriam deste admirável mundo novo?
—
Já não tenho ambições.
Só um trabalho.
Uma casa em meio à serra da Mantiqueira.
E um trabalho diante do computador.
Leiamos Cassiano Ricardo, um profeta.
Mas… a máquina terá sensibilidade por nós?
—
João Carlos Faria
11 de abril de 2025
—
A máquina roubará nossas almas?
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