“Frankenstein”
Por Jorge Hata*
Muitas pessoas pensam ser Frankenstein o nome do famoso monstro. Mas isso é um erro causado, provavelmente por alguns filmes da Universal Pictures, que ao decidir filmar uma série baseada no romance de Mary Shelley deu muita ênfase a figura do monstro. Colin Clive, o melhor dos Drs. Frankensteins, só conseguiu sobreviver a dois filmes: Frankenstein (1.931 ) e a sua sequência, A Noiva de Frankenstein. No entanto o maior responsável por essas versões, foi a espetacular interpretação de um jovem ator, praticamente desconhecido naquela época, Boris Karloff, que fez o papel do monstro.
Como a Universal já havia dado sua interpretação visual do monstro, a Hammer Filmes não quis produzir uma série parecida quando fez ” A Maldição de Frankenstein ” e decidiu não dar ênfase ao monstro e sim ao seu criador. Essa decisão teve muito sucesso. Nos dois primeiros filmes de Frankenstein feitos pela Universal, os atores que interpretaram o infame doutor e seus filhos oram decepcionantes, com exceção do Colin Clive. No ” O Filho de Frankenstein (1.939)”, Basil Rathbone (como o Filho, Wolf ) teve uma interpretação forçada que tornou seu papel cômico.
Duas décadas depois, o ator escolhido por Anthony Hinds, para imortalizar esse personagem considerado vazio pela produçaõ da Hammer, no filme ” A Maldição de Frankenstein”, já havia trabalhado com o diretor James Whale e esse ator era Peter Cushing; Cushing trabalhava em cinema desde 1930 mas, como Boris karloff, foi preciso um filme de Frankenstein para levá-lo ao estrelato e, assim como Karloff será sempre identificado com sua interpretação do monstro, Cushing também estará sempre ligado ao papel de seu criador.
Em “A Maldiçao de Frankenstein”, o barão é mostrado não como o dedicado cientista dos filmes da Universal , obcecado pela criação de um novo ser, formado por orgãos de pessoas mortas. Essa versão da Hammer deu início a uma nova era dos filmes de terror, onde o sangue e o erotismo eram apresentados na tela sem nenhum disfarce. O Barão Frankenstein da Hammer era tão apaixonado pela vida, quanto por gerar vidas.
HISTORIADOR E COLUNISTA na HATA QUADRINHOS
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