Corpos, almas, corpos, almas! O que somos almas que habitam corpos.
No silencio da noite, na primeira hora de sono, às vezes saímos por ai para dar umas voltas. Nesse passeio, encontramos desafios, inúmeros desafios. E alguma fração de consciência nos faz sentir lúcidos. Assistindo o vídeo de uma cantora russa que devo reencontrar na internet. Um desenho animado me fez ter a vontade de ver filmes que trazem a temática da saída astral. Qualquer que seja nossa fé. Sair em astral é fato para quem experimenta. E as várias linhas espirituais tem suas respostas para esta experiência que nos transforma em humanos, li inúmeros autores. A primeira impressão que me recordo de saída em astral foi numa noite em que fui acender a luz, que não acendia, estava fora de meu corpo. Muitas vezes enfrentamos estranhas energias durante a noite.
Mas filmes que retratam esta experiência humana não me lembro de quase nenhum. Quem sabe algum leitor o saiba? Como conceber um argumento e um roteiro com esta temática? Em desenho animado, filme? Um diretor que saiba com maestria e efeitos especiais retratar essa experiência, as vezes apavorante outras prazerosa. Desafiar o inconcebível. Base para a religiosidade e a fé humana. Está além desta sociedade ainda cartesiana? Quantas vidas já tivemos e não nos recordamos delas? Isto que me desanima quando partir em algum momento. Voltar a esta dimensão não é algo que me agrada, preciso de fé e trabalho para me revolucionar. E deixar de vez essas ilusões terrenas. Escrevi um texto meio poema e prosa, sinto lendo Drummond e Pessoa, fico mais em duvida sobre poesia e prosa. Sobre uma experiência em que conversava com alguém bem longe deste corpo, que ia descer aos infernos. E fui descendo, descendo, cada vez mais denso e o inferno era esse plano pesado no qual vivemos. Quantas dimensões e mundos nos cerca?
Ando assistindo a muitos filmes durante esta semana, tem canal aberto numa TV a cabo. Mas nada com uma visão espiritualista de vivencia transcendental. Quem sabe com um texto como esse, inspire alguém a escrever um roteiro com essa temática. Vida em abundância, além da matéria? A revista Planeta lançada nos anos 60 na França e depois no Brasil, vinha com essa temática. E nos anos 80 trabalhando numa banca de revista, ao lado de um açougue de um tio, descobri essa revista. E lia. Hoje seu tema é ecologia, continua uma ótima publicação, mas a visão esotérica saiu. Nos anos 90 descobri o encantamento das obras de Helena Blavastky e Samael Aun Weor num grupo de filósofos numa praça, onde se buscava o estranho. Ir além de ganhar o pão de cada dia – Conquistar a alma. Mas enquanto isso, quem sabe a possibilidade do lúdico em criar historias que retratem essa aventura humana, além do tempo. O ser humano é bem mais que qualquer religiosidade organizada e institucionalizada. Cada uma é experiência única e não devemos nos prender a nenhuma instituição. E sim desvendarmos o universo com nossa experiência. Gurus, livros e religiões são instrumentos, não nos prendamos a elas. Vamos experimentar sair dessa caverna por nossa conta e risco. Estamos sós, morreremos e essa cultura humana fica ai. Voltar aqui nesse planeta para que? Tem-se um universo inteiro para desvendar e conhecer? Mas um argumento, roteiro que retrate esta liberdade? Não sei se num romance, poesia e escrita se retrata como no cinema, essa experiência e liberdade humana. Somos livres quando nos decifrarmos? Por enquanto somos devorados pelo tempo e a morte. Começar sempre tudo de novo? Para que? Vamos além de nossas infinitas recorrências. Liberdade de alma se conquista, façamos o bom combate.
Joka Faria
João Carlos Faria
Março de 2018
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