Janete Saiu Para Beber reverbera a cena de pernambuco ao unir rock a ritmos da cultura popular
Unindo punk rock e manguebeat, pernambucanos lançam ao vivo no estúdio Showlivre
Banda pernambucana, Janete Saiu Para Beber, lançou recentemente no YouTube e nas principais plataformas digitais o show que gravou em fevereiro no estúdio Showlivre. O grupo traz em sua sonoridade uma mistura entre o punk/garage rock e ritmos da cultura popular, tais como: coco de roda, cavalo marinho, frevo e caboclinho. Suas letras revelam críticas sociais e pessoais, por serem o reflexo do estilo de vida e experiências pessoais de seus integrantes.
Em Janeiro deste ano, a banda Janete Saiu Para Beber, original do Cabo de Santo Agostinho-PE, aceitou o convite para realizar uma apresentação no estúdio Showlivre em São Paulo-SP. Janete Saiu Para Beber se tornou a primeira banda Cabense a participar do Showlivre, onde até então só tinham participado bandas de Recife e Olinda, que fizeram parte da Cena Mangue dos anos 90. Essa realização contou com o apoio da Secretaria de Cultura do Cabo de Santo Agostinho-PE, que viabilizou a presença da banda no espaço.
Além de apresentar toda a sua pluralidade sonora, que mistura o punk com hip hop e ritmos da cultura popular, a JSPB trouxe 9 músicas inéditas e um tributo ao Rei do Baião Luiz Gonzaga, para o palco do Showlivre. A banda é formada atualmente por César Braga – vocal, Kin Noise – Guitarra, Lennon Carneiro – Baixo, Niel Melo – Bateria, Eudes Junior – Percussão, e Erivaldo Romão – Percussão.
Assista a apresentação no Showlivre: https://www. youtube.com/watch?v= iFz9Zpw2l1g
Conversamos com Cesar Braga, Vocal da JxSxPxBx, sobre a trajetória da banda, curiosidades, influências musicais, processo de gravação e planos futuros. Confira a entrevista!
De onde tiraram a ideia para o nome da banda?
O nome foi tirado do Livro factotum do escritor Charles Bukowski onde Chinaski, alter ego do escritor, se relaciona com Jane. Ambos pulam de emprego em emprego e passam por aventuras alcoólicas noites adentro. Mudamos Jane para Janete e usamos para o nome da banda fazendo uma representação ao ser humano comum que contribui para fazer funcionar a engrenagem do sistema e no fim da luta diária quer tomar uma dose, ou duas, ou três para se sentir vivo.
Vocês se conheciam antes da banda ser formada? Como e quando a banda surgiu?
Já nos conhecíamos, tocamos em bandas diferentes durante um período em que a cena contava com uma galera que ainda bebia muito do período grunge/noise e o hardcore noventista. Durante um show no pátio de São Pedro- Recife rolou a ideia entre Kin e César de formar um novo projeto, daí surgiu o convite para Niel assumir as baquetas e Lennon tocar baixo. Nessa formação ainda não contávamos com nossos atuais percussionistas, Eudes e Erivaldo. Isso foi em 2009.
A banda segue promovendo seu último lançamento, o ao vivo no estúdio showlivre. Como foi o processo de gravação desse ao vivo?
A banda ensaiou bastante pra essa ocasião e foi um pouco cansativo devido toda logística de equipamento de Recife para São Paulo mas na hora tudo fluiu muito bem, a equipe do showlivre é muito prática e fácil de trabalhar, na Hora H estávamos bastante a vontade e o resultado final foi mais do que satisfatório e foi muito gratificante mostrar nossas músicas a nível nacional.
O lançamento foi muito bem recebido nos sites de música especializada nacionais e internacionais . Como a banda está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?
Nos orgulhamos muito, é aquela sensação de que não está sendo em vão e é o que na verdade nos dar força pra continuar compondo para que nossa música seja compreendida e bem aceita
Cada banda favorita dos membros da banda?
A banda bebe de muitas fontes diferentes, desde o coco de roda e mais ritmos regionais, Nu Metal, Grunge, Experimental, Mangue, Punk, Hip Hop… Fica difícil especificar por bandas mas pra citar algumas essenciais seriam, Chico Scince e Nação Zumbi, Sheik Tosado, N.W.A, Korn, Planet Hemp, Sepultura na fase Roots principalmente, The Mars Volta, Sonic Youth, Fugazi e por aí vai…
Quem ou o que te inspira a escrever músicas?
De modo geral o cotidiano, a vontade de reclamar sobre tudo que nos deixa indignados, a sociedade e sua falta de consciência de classe. Todos da banda tem empregos comuns, então a maior inspiração talvez seja ser o grito de luta dessa classe.
Onde foi seu último show?
Nosso último show foi no centro cultural mestre goitá, berço do coco de roda da cidade de Pontezinha no Cabo de Santo Agostinho.
Onde a banda gostaria de tocar?
A gente curte tocar em lugares pequenos e apertados, além de pogar junto com o público, mas não seria nada mal chegar a grandes festivais e deixar nossa marca. A banda gostaria de tocar no país inteiro e em outros continentes também, estamos nessa luta.
Com quem vocês gostariam de apresentar?
Sonhando bem alto seria foda tocar no mesmo palco do The Mars Volta, Planet Hemp ou Racionais Mc’s. Somos bem ecléticos, mas tem muita banda que achamos foda e que seria uma honra gigante dividir o palco.
Quais bandas e fontes artísticas inspiraram o som do Janete Saiu para Beber ?
Vai desde literatura a música, para citar algumas bandas e artistas seriam, Chico Science e Nação Zumbi, Sheik Tosado, Sepultura, Korn, N.W.A, Racionais Mcs, Sabotage, Kátia França, Jackson do pandeiro, Zefirina Bomba, Querosene Jacaré, Rage Against the Machine, Turnstile, The Mars Volta, Fugazi, Sonic Youth. Tem muita coisa.
Podemos esperar mais material inédito em breve? clipe ou single talvez?
Sim, já estamos trabalhando em novas músicas e já temos um single que está em fase de produção para sair junto com um clipe. Esse single está sendo feito em parceria com a Caos Maria de São Paulo e assim como a nova leva de músicas, está com muito cunho de crítica social e flertando cada vez mais com o Rap/Hip Hop misturado a Riffs pesados e muito noise, logo logo estará disponível na rede.
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Equipe Collapse Agency
Rafael Neutral e Sylvia Sussekind
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