E o Entrementes segue com o importante projeto de falar um pouco sobre os poetas e escritores desta tão rica região que é capitaneada pela São José dos Campos de Cassiano Ricardo, o Vale do Paraíba. Desta vez falaremos sobre o poeta e contista Jorge Xerxes, heterônimo do engenheiro Alessandro Teixeira Neto… que apesar de exercer uma profissão totalmente analítica e imersa nas Ciências Exatas, possui uma alma absolutamente sensível e poética, que achou na Literatura a forma de trazer ao mundo sua faceta artística.
Jorge, que é colunista no Entrementes, nos recebeu em seu aprazível apartamento, onde bastam poucos segundos de observação para se ter a certeza que ali habita uma pessoa ligada às artes, devido à decoração que respira cultura. E as artes plásticas que ali repousam acabaram por dar as
mãos à belíssimas músicas que ele deixou de fundo enquanto nos recebia, e Beatles, Stones e outros gênios nos fizeram companhia enquanto ali estivemos.
Vale salientar que a maioria dos quadros ali foram feitos pelo próprio Jorge, ao longo de sua vida. Ele é sem dúvida um artista de vários nortes!
Ainda no Colegial, o jovem Alessandro, que demonstrava muita facilidade para Exatas, se decidiu por cursar Engenharia quando fosse fazer faculdade. Mesmo tendo escolhido a profissão correta, na qual ele se identificava, ele posteriormente sentiu falta de entender o ser humano, de onde viemos e para onde iremos, e isso fez com que ele mergulhasse no mundo da literatura. Seu autor favorito é Jung, mas ele tem um grande leque de autores que costuma ler. Uma rápida olhada em sua biblioteca particular nos mostra a riqueza da mesma, com títulos de Saint-Exupèry, Blavatsky, Kardec, Hesse, Machado de Assis, Stevenson… só para citar alguns.
E a paixão pelos livros acabou fazendo com que Alessandro fizesse nascer Jorge Xerxes, seu Eu escritor, liberto do mundo analítico e ansioso para enriquecer o mundo com Poesia e Contos da mais alta estirpe. Até seu pseudônimo veio emprestado de dois de seus personagens, ambos tirados de contos de seu livro “Trama e Urdidura”. Em um deles, temos um professor chamado Xerxes, e em outro, um ébrio chamado Jorge. Esses contos foram escritos em dueto com um amigo de longa data de nosso autor, André Fenili.
Um escritor batizado por dois de seus contos… quantos possuem este privilégio, de ser batizado pela própria Literatura? E assim nascia o poeta/contista Jorge Xerxes, que tem como madrinha, ninguém menos que a Literatura!
Ele já nos brindou com quatro livros, que sempre seguem a temática de trazer contos e poemas em suas páginas. São eles: “As Cinquenta Primeiras Criaturas” de 2010, livro que traz personagens que podemos visitar mais de uma vez, pois eles aparecem em mais de um conto, e os poemas são bastante peculiares, nos transportando a vários sentimentos. É um livro não-linear, deveras interessante. E em 2011 veio “Para Pescar a Lua”, um livro que manteve a temática “contos & poemas”, mas que difere do primogênito, pois este é mais conceitual, sem jamais ser menos sensível e profundo em seus versos e prosas. Chegou 2012 e Jorge nos brindou com “Tramas e Urdiduras”, livro este que traz os contos que batizaram o autor, como já foi dito, e muito mais! Seus poemas repletos de sensibilidade e seus contos viscerais e sui generis são um prato cheio para quem quer passar momentos de mãos dadas à boa Literatura. E finalmente, em 2015 veio “Jornada Rumo ao Sol”. Para falar deste livro, me permito ecoar as próprias palavras de Xerxes: “A inspiração; para a elevação de ideias. O que realmente nutre a alma do homem. Fragmentos: imagens, lembranças, sonhos e outras sensações estéticas. Aquilo que denominamos poesia por pura impossibilidade de capturá-lo por inteiro. Isso, estes nossos fragmentos, os blocos elementares que compõem o sujeito, são os veículos propostos neste livro. Para que você empreenda, montado no sutil, no etéreo, a sua própria Jornada Rumo ao Sol.”.
Profundamente poético… basta abrir suas páginas para nos travestirmos de Ícaro e começar a bater nossas próprias asas, sem nos preocuparmos se o sol irá derreter a cera pelas quais as penas são unidas!
Outro detalhe a ser lembrado é que Jorge Xerxes cria todas as capas de seus livros… se mostrando um artista completo quando o assunto são os tomos.
Os livros físicos são os favoritos de nosso autor, mas ele também publica em um Blog, chamado “Palavras Órfãs de Poesia”, que inclusive é o nome de um poema que está no livro mais recente. Lá o leitor pode acessar todo o material publicado nos livros, e ainda mais contos e poemas ainda não publicados no papel. Por lá também se pode encomendar os livros de Xerxes, com ótimos preços.
E assim terminou nossa vista com este talentoso escritor, que nos mostrou um pouco de sua sensibilidade, e nos despedimos daquele que foi batizado pela Literatura!
Conectando ideias, conectando a Sexta Arte!
Dalto Fidencio.
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