Liberdade e criatividade
“Criatividade é a inteligência se divertindo”. Albert Einstein
Pessoas criativas me fascinam. Primeiro, porque o poder de criar é um legado divino recebido pelo espírito humano. Depois, porque me ressinto desse talento. Não me reconheço como uma pessoa criativa. Sinto dificuldades nesse sentido. Para mim é como tentar ordenhar pedras. Alguém, num gesto de delicadeza, pode até objetar-me. Porém, penso conhecer um pouco aquela figura que vejo no espelho logo pela manhã, ao despertar.
No mundo moderno a criatividade faz diferença em qualquer campo da atividade humana. É um ativo valiosíssimo. Sua ausência, em algumas áreas, provoca crises, pois ela pode ser a vantagem competitiva de muitas organizações.
Segundo a tradição esotérica, a criatividade é um atributo natural do ser humano, latente, adormecida – será esse o meu caso? -, na maior parte das pessoas. Muitas vezes ocorre por falta de oportunidade de expressão, num ambiente familiar desfavorável. Ou numa sociedade extremamente conservadora e refratária à manifestação do novo. Pode acontecer na vigência de um regime autoritário, onde o espírito criativo é visto como contestador e ameaça ao “status quo”. Salvador Dali dizia “que é preciso criar confusão sistematicamente; isso libera a criatividade. Tudo o que é contraditório cria vida”. Às vezes é fruto de limitações autoimpostas.
A criatividade é um reflexo das fronteiras que impomos ao nosso pensamento. Quanto mais autênticas as pessoas forem, mais criativas elas podem se tornar. E, quanto mais criativas, mais se libertam.
Ninguém pode abdicar do direito de ser livre. Uma mente preocupada e dependente da opinião alheia, renuncia à sua liberdade criativa. Livre é quem não se deixa aprisionar por condicionamentos e preconceitos.
A liberdade que necessitamos para criar é aquela que permite pensar inteligentemente, manter fidelidade aos nossos princípios e visão de mundo, e crer na nossa intuição.
Por Gilberto Silos
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