Neste domingo último, dia 04 de março, este que vos escreve esteve participando da Meia Maratona Internacional de São Paulo, e como não podia deixar de ser, estou aqui para dividir com os amigos do Entrementes a experiência vivida.
Por pouco não tive que desistir da participação, pois uma semana antes acabei lesionando meu pé esquerdo num treino de Hapkido, pé este que já sofria com uma teimosa tendinite no tendão de Aquiles. O pé ficou muito inchado e dolorido, mas decidi ir assim mesmo. Passei a semana toda tomando anti-inflamatório e fazendo tratamento com gelo e bolsa de água quente… deu resultado e no dia da corrida o pé estava melhor, apesar de não 100%.
Fui para Sampa na van do pessoal da ACM, que levou vários atletas para a prova. Devo agradecimentos ao William e ao Sidney, que conseguiram vaga para mim com eles.
Saímos de SJC às 5h30 da manhã, pois corridas de longa quilometragem como essa (são 21 mil e 97 metros… bem mais longa que a São Silvestre, por exemplo) sempre tem a largada bem cedo, já que pode-se levar até 3h para terminá-la. Ela estava marcada para às 7h30.
Já pronto pra corrida, depois de ter tirado algumas fotos em frente ao estádio do Pacaembu, onde se deu a largada, fiquei sabendo que o Marílson dos Santos havia passado por ali, se aquecendo… por muito pouco perdi a chance de tirar uma foto com o maior maratonista do Brasil, vencedor de três São Silvestres!
Dada a largada, o sol no início estava tímido, com a temperatura marcando 21° C e 69% de umidade relativa do ar. Decidi correr simplesmente pelo prazer, não me preocupando com o tempo que faria, mesmo porquê, além de estar lesionado, não tinha recorde para tentar bater, já que corria esta prova
pela primeira vez.
Depois que saímos da Praça Charles Müller, passamos por algumas ruas até chegar ao Elevado Costa e Silva, o popular Minhocão (um velho conhecido, das São Silvestres passadas), já no Km4. A dor no pé incomodava pouco, bastava se concentrar e não puxar muito que ela não atrapalhava. Ali também peguei minha primeira garrafinha d’água, já que havia ignorado o posto de hidratação no Km2. A organização merece elogios, por disponibilizar água para os atletas a cada 2Km, além de um posto com Gatorade, nos quilômetros finais.
Só fui atentar para o relógio mesmo já no Km10, na Avenida Rio Branco, onde vi que estava com 57min de prova, um tempo horrível para quem costuma correr provas desta distância em 50 min, o que me fez perder as esperanças de terminar com menos de 2h.
Mas a partir daí a coisa complicou para o meu pé… as duas contusões no pé resolveram perturbar de vez, doía o “peito” do pé, logo acima dos dedos e também a tendinite, numa intensidade até então não sentida, em nenhuma corrida. Talvez por estar pisando de forma um pouco diferente, por causa das dores, meu tênis, há muito amaciado e até já com o prazo de validade vencido, começou surpreendentemente a “esfolar” a pele logo acima do calcanhar! Aí passou até a ser engraçado, com três dores diferentes no mesmo pé brigando entre si para ver qual me fazia desistir. Mas quem participa de corridas de longa distância sabe que a dor é uma companheira costumaz… você deve encará-la como um competidor a ser superado, e não como uma desculpa para desistir.
Seguimos pela Avenida Rudge, depois Marquês de São Vicente, seguindo de volta para a Avenida Pacaembu. Eu sempre ignorava um posto de hidratação e pegava a água no seguinte… um costume que tenho há tempos. Já no Elevado Costa e Silva novamente, estávamos perto de completar 18Km, o que me animou a tentar puxar um pouquinho mais. O sol já estava bem mais forte nessa hora, com 26° C. Mais 3Km e chegamos pela última vez na Avenida Pacaembu, para finalmente chegar na Praça Charles Müller, onde ainda dei um sprint final para tentar terminar a prova em pelo menos 2h, fracassando por míseros 10 segundos no desejo.
Missão cumprida, ao menos mantive minha invencibilidade de jamais ter andado em qualquer corrida disputada em minha vida. Isso já me deixou bastante satisfeito. Tive uma média de 163 pulsações por min, com um pico de 190.
Depois foi só pegar a medalha (rústica, diferente… não chamaria de bela, mas o significado dela sim, é muito belo!) e me reunir com os amigos da ACM. Ainda consegui tirar uma foto no pódio da prova! Essa vou guardar com especial carinho…
O vencedor da prova masculina foi o queniano Joseph Aperumoi, com o tempo de 1h01min38s (novo recorde), seguido bem de perto por Marílson Gomes dos Santos, que fechou em 1h01min46s.
Já entre as mulheres, a grande vencedora foi a queniana Pasalia Kipkoech Chepkorir, com o tempo de 1h12min29s, também um novo recorde. Vale lembrar que esta atleta também venceu a São Silvestre, em 2009. A melhor brasileira foi Cruz Nonata da Silva, que terminou em terceiro lugar, apenas 11s atrás da colombiana Erika Abril Suarez, que fez a prova em 1h13min14s.
Depois foi voltar para SJC, com a satisfação de mais um desafio cumprido.
Entrementes, conectando idéias, conectando corridas de rua!
Masculino
1º – Joseph Kachapin Aperumoi (QUE) – 1h01min38s
2º – Marílson Gomes dos Santos (BRA) – 1h01min46s
3º – Paulo Roberto de Almeida (BRA) – 1h02min31s
Feminino
1ª – Pasalia Kipkoech Chepkorir (QUE) – 1h12min29s
2ª – Erika Abril Suarez (COL) – 1h13min14s
3ª – Cruz Nonata da Silva (BRA) – 1h13min25s
DALTO FIDENCIO
nils satis nisi optimum
http://twitter.com/DaltoFidencio
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