Meu mundo sem celular

Meu mundo sem celular

Perdi meu celular. Esqueci-o em algum lugar. Aconteceu na Semana Santa. Nada estranho para quem já milita na faixa etária
dos 80+. A despeito do adesivo com meu nome e endereço nele colado, ainda não o recebi de volta. Paciência.
Amigos e parentes manifestaram-se a respeito, como se ficar sem o celular fosse uma calamidade. Não para mim. Não é a única via a permitir-me transitar pelas redes sociais. Ainda tenho o e-mail e o telefone fixo para conectar-me com o mundo.
Sei que nos dias em que vivemos dispor de um celular é importante para muita gente, sobretudo na vida profissional. Isso tem de ser respeitado. Mas, cada caso é um caso.
No meu caso particular nada de substancial ou relevante mudou. Ninguém sofreu com essa perda. O mundo permanece o mesmo. Putin continua às turras com Zelenski. Trump mantém sua guerra econômica contra o mundo. O Banco Central insiste em aumentar os juros. A Seleção Brasileira segue jogando aquela bolinha miudinha. “Nada há novo debaixo do sol”, leio no Eclesiastes.
Dizem que nas perdas e traumas apelamos para a espiritualidade. Então volto ao Eclesiastes: “Tudo tem seu tempo
determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”.

Talvez ainda não tenha chegado o tempo de me devolverem o celular. Não vou ficar ansioso por causa disso.
Vida que segue.

Por Gilberto Silos

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Sobre Gilberto Silos 252 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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