Moção de Repúdio contra a falta de democracia na 2º Bienal do Livro

Moção de Repúdio contra a falta de democracia na 2º Bienal do Livro de Taubaté
A 2ª Bienal de livro de Taubaté poderia ter sido um grande evento para despertar a população Taubateana para leitura e tornar conhecidos os vários escritores, principalmente os do Vale do Paraíba, que lá estiveram. Na sexta feira, dia 26/08, quando chegamos no evento, verificamos que local, apesar de ser nas dependências de um Shopping, era inadequado, os coordenadores negociaram com a direção do Shopping um espaço isolado, mal iluminado, o que dificultou que o público em geral tivesse conhecimento que ali estivesse sendo realizado um evento Cultural.
O público que era alvo do evento não compareceu. Os poucos livros vendidos foi entre os escritores, mesmo.
No Sábado eu não estive no local, mas os escritores relataram, que não foi diferente.
Hoje, domingo dia 28/08 cheguei as 10:00 montei minha mesa com os 12 livros e 10 esculturas.
Por volta 12:30 a ausência do público continuava como nos dois dias anteriores, mas agora com menos escritores.
As palestras programadas deram início, a escritora Rita Elisa Seda apresentou seu livro, que fala sobre a vida da missionária Irmã Amália Aguirre, que viveu e morreu em Taubaté. A escritora interagiu com os demais escritores e alguns convidados, os quais fizeram perguntas e também deram depoimentos, o que eu saúdo pelo brilhantismo da palestra.
Eu no meu stand assistia a palestra com atenção e respeito que convém a um cidadão, porém fui incentivado por um senhor, que estava responsável pelo som, que eu desse umas palavras. Relutei, mas, me apresentei e comecei minha fala dizendo:
COMO O BRASIL É UM PAÍS LAICO, ONDE TODAS RELIGIÕES SÃO IMPORTANTES…
Não consegui terminar a frase, o sr. José Robson de Jesus, coordenador do evento, cortou minha palavra de forma autoritária e truculenta, dizendo que não era para falar de política. Argumentei que não estava falando de política e nem tinha intenção de falar sobre o tema.
Ele olhou para a minha camiseta e disse que eu não poderia ter entrado naquele evento com a camiseta do Lula Livre. Diante deste impasse arrumei meus livros, minhas esculturas e em PROTESTO me retirei da 2ª Bienal do Livro de Taubaté, não sem antes receber a solidariedade de vários escritores que presenciaram a cena vexatória de censura, num evento que pretendia difundir a cultura.
A que ponto chegamos nesse país, os quais somos avaliados por aquilo que vestimos.
Por aquele, que se diz coordenador cultural, não saber que no universo da Cultura, todos os pensamentos, sejam de esquerda, direita, de cunho religioso, pagão, raça, gênero são as pedras fundamentais para a formação de uma sociedade pautada pelo estado democrático de direito. A Cultura não tem limite e não se deve ser delimitada pela censura. Com essa atitude arbitrária o referido coordenador mostrou de que, realmente, está e garanto que não do lado da cultura.
FICA MEU PROTESTO como professor, escritor, escultor e cidadão.
Jorge Menezes.

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