Na santa vaca sagrada dos Campos de São José dos Campos
Nos dias que estive, em que morei em são José dos campos,
em que morri em são José dos campos,
nos dias de meus irmãos e irmãos das ruas,
do vale de descobertas, do vale de memórias,
de minhas memórias de estar com Paulo Roberto e outros sem travas na galeria Pedro Rachid, no ateliê de Luiz bel trame,
fazendo tinta, beijando a fumaça do incenso, do cânhamo,
da índia onde Luiz vira Allen gins Berg sobre um caixote recitando versos de carne para Gancia e vexo.
Edu Planchêz
As vacas sagradas de São José dos Campos astrais _eram mugidos de ouro, que ecoam pelas estradas onde os carros param com medo de serem atropelados, Ivoe!
Alexandre Durratos
Deuses, almas na mítica São José dos Campos, que poucos transeuntes da Rua sete imaginam, cidade além deste mero tempo. Poetas inacabados, pulsam o nascer de estrelas, diante da falha magnética do banhado “Ricola”, da poética de José Mauricio e seu lar, o Banhado. Hoje, cidade cheia de artistas de rua, sem saraus, sinais da loucura dos come e bebes na casa de Nadyr Jacob Cury. Eu, Harley Campos, Edu Planchêz, José Omar, caminhava pela rua quinze urinando e falando de velhos poetas da eternidade. Quanto é sagrado este encontro de Brancaleônicos a filosofar na Praça Afonso Pena. Sempre sonho com esta gente reunida nas sagradas e devassas ruas de São José dos Campos. Poemas, Malafaia canta suas canções. Deve ter inúmeros jovens a fazer poesia na santa vaca sagrada dos Campos de São José dos Campos. Poetas a apreciar o por do Sol, invadiam cheios da gloria do saber, a Biblioteca Cassiano Ricardo. Almas sempre excluídas pelo tirânico liberalismo, perdidas nos desempregos, vocação de poeta e sina de desespero.
Tempos breves! Quem são os novos VAGAMUNDOS nos porões da cidade, no desencanto da poesia diária? Alexandre Durratos acendeu o fogo da poética prosa adormecida em mina alma. Salve o Vale do Paraíba ‘mestre De Lopes’. Por onde se esconde Solfidone? Lenda esquecida nos cafés dos shoppings. Em dias de frieza, a poesia encanta como num livro que ganhei de Elizabeth de Souza, a poesia de Bruna LOMBARDI. Dias de chuva na amada São Sebastião do Rio de Janeiro, meus amigos poetas cariocas navegam numa nau no Rio Maracanã. Setenta tiros cortam nossos corpos, soterrados na lama dos morros Cariocas. Salvem o povo BRASILEIRO da barbárie liberal.
Uivamos, dia desse caminhei em meus sonhos com a geração Beat, poesia em meus dias de prosa. Quanto minha alma me cobra um sarau? Cantar, cantar, cantar – Versos na poética das feiras de nosso irmão Ismael Alcacibas Jones. A cidade em seus porões rebeldes e nas luzes midiáticas, longe da distante periferia se faz liberal, conservadora. Mas na feira do Colonial respira–se vida. Quanto tempo sem ver suas periferias, grafites enchem algumas ruas, cidade, cidade, cidade. Sem poesia em postes? Vida, na poética de Moraes, na canoa de ossos de Ricola. E Ismael Alcacibas Jones nos dias atuais, enche nossas feiras de poesia. Vindo da velha Cidade Maravilhosa.
Quando faremos os saraus por nossos córregos? Pela santa mãe natureza. Gaia, Gaia, Gaia. O Rio de Janeiro, o Vale do Paraíba pulsa dentro de nossa alma. Poesia mais que viva em nossos corações. Em sonhos, o caminhar de Josefina Neves Mello, sua última presença num sarau em frente ao Sesc. Vida, poesia em saraus a luz de Velas? Saraus à beira de nossos riachos.
O liberalismo mata nossa solidariedade, nos separa em classes sociais. Só a poesia nos une. Por onde anda Oswald de Andrade? E sua antropofagia cantada por Bete Bino e Meire Pedroso em plena Praça Afonso Pena. Poesia em dias de silêncio e desencanto, só ela, a arte nos une.
Somos CELEBREIROS!
Joka Faria
João Carlos Faria
10 de Abril de 2019
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