No fio da navalha
Minha guerra é santa
intensa e febril
ora caminho no fio da navalha
ora por desertos infames em mim
caminho com os pés descalços
sentindo a quentura que sobe
até fritar meus neurônios sem cor.
Ainda estou viva
ins-pirando e ex-pirando
tecendo uma fria mortalha até o beijo final…
Na espera sem pressa
brinco d(i)e versos
para sobreviver ao impasse do tédio
num delicioso combate de rimas.
A espada de luz me foi negada
nem mesmo a cortante lâmina cinza
me foi agraciada…
Restou-me uma cruz de madeira
onde despejo minhas dores
no seu ponto matemático
entre um açoite e outro que me abraça.
Elizabeth de Souza
17-06-2021
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