Joka Faria numa noite de OUTONO
Madrugada, sempre fria de OUTONO
Eu, você, quem sabe bem confortável
E nas ruas deste Brasil, quantos na sarjeta?
Quantas casas para se construir,
quantos trabalhos para serem criados.
E a fome sem soneto, sem versos.
E a fome, frio…E o poema imperfeito
Uma desculpa para pedir uma doação via pix.
Podia ser médicos sem fronteiras
CUFA…Mas a vida é ação, mesmo a poesia que não fala do
preço do feijão.
A poesia que não fala da criança que não vai à escola por não ter fraldas. A poesia só pela estética é uma mentira. Precisamos de ética para afugentar o coração de pedra do liberalismo.
Arte sem engajamento é desumano. Educação sem consciência social é desumanidade.
Só a solidariedade nos salva das dores da vida.
Debater eleições é uma imensa falta de solidariedade em nossos bárbaros dias de desumanidade. Não somos Quixotes, estamos cegos nas redes sociais, estamos agasalhados, sem frio, sem fé.
As redes sociais são uma ilusão e a fome do próximo é real.
Quando faremos política com P maiúsculo?
Doe doe doe.
E depois descobriremos caminhos comunitários para transformar nosso egoísmo em solidariedade.
Existe um ser quase humano dentro de um mero consumidor, quando voltaremos a ser cidadãos e construiremos uma democracia participativa?
Enquanto isso, as favelas se multiplicam e as ruas cheias de gente sem casa, sem agasalho, sem alimento. Somos sem alma?
João Carlos Faria
Coletivo Ação Libertária
literatura, filosofia e arte
Maio de 2022
Padre Júlio Lancelotti
https://twitter.com/pejulio
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