O corvo, releitura

 

O corvo, releitura

O corvo poema de Edgar Allan Poe me apareceu no twitter hoje x…Uma ilustração.
Quantas imagens nesta rede social. Quantas lindas mulheres.
E nunca mais
Seremos os mesmos
E nunca mais
Seremos jovens
E nunca mais
A vida sempre desigual
E nunca mais
A liberdade nunca atingida
Como seria um rap, um funk?
Poemas sem métricas
Nunca mais
As utopias
Quanto tudo é ilusão
Só nos resta o abismo do tempo que nos
é tirado
Nunca mais
Qual o sabor de um verso livre?
Nunca mais
Joka Faria
27 de Setembro de 2023
DE EDGAR ALLAN POE
(Traducção de Fernando Pessoa, rhythmicamente conforme com o original)

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de sciencias ancestraes,
E já quasi adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguem que batia levemente a meus humbraes.
«Uma visita», eu me disse, «está batendo a meus humbraes.
⁠⁠E’ só isto, e nada mais.»

Ah, que bem d’isso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras deseguaes.
Como eu qu’ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P’ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiaes —
Essa cujo nome sabem as hostes celestiaes,
⁠⁠Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia extranhos terrores nunca antes taes!
Mas, a mim mesmo infundindo força, eu ia repetindo,
«E’ uma visita pedindo entrada aqui em meus humbraes;
Uma visita tardia pede entrada em meus humbraes.
⁠⁠E’ só isto, e nada mais.»

https://pt.wikisource.org/wiki/Athena/O_Corvo

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