O Debate da Redução de Jornada de Trabalho e a Necessidade da Qualificação dos Trabalhadores
Por Joka Faria
O debate sobre o fim da escala 6×1 e a busca por uma jornada de trabalho mais humana é um ponto positivo para a esquerda, especialmente após anos de defensiva sem criar pautas. A redução da jornada de trabalho pode trazer impactos positivos para a economia brasileira, aumentando a quantidade de postos de trabalho e melhorando a saúde e disposição do trabalhador.
Cabe incorporar ao debate a questão da renda mínima universal. Uma luta que já vem ocorrendo há anos. Deveria buscar que todo trabalhador desempregado por mais de seis meses tenha direito à bolsa família enquanto estiver buscando emprego, mesmo que tenha uma contrapartida em cursos de qualificação.
É uma ajuda para procurar emprego e apoio psicológico. Pela lei atual, só se aposenta após os 65 anos. No entanto, não se vê nenhum programa de incentivo para pessoas com mais de 45 anos para conseguir trabalhar. Nenhum programa de vale transporte nos grandes municípios. Se as empresas têm apoios governamentais através de bancos estatais, por que o trabalhador não tem este incentivo?
Tem que haver cursos para qualificação de acordo com as necessidades econômicas de cada município e região. As elites políticas e econômicas têm todas as benesses, enquanto os trabalhadores muitas vezes enfrentam o gosto amargo do desemprego.
A formação continuada é uma necessidade na atualidade. Só com o ensino médio, técnicos e cursos universitários não qualificam as vocações nos dias atuais. As tecnologias estão em todos os momentos de nossas vidas. E através delas, deve-se construir novas formas de trabalho.
Estamos em tempo de uberização e flexibilidade nas possibilidades de se trabalhar. E cabe à sociedade a dinâmica e a sabedoria para resolver estes desafios.
João Carlos Faria
Novembro de 2024
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