O impressionante Pierre Auguste Renoir
“A dor passa, mas a beleza permanece.” – Renoir
Com essa onda moralista que invade o Brasil e o mundo, mais parece uma tsunami a destruir toda a liberdade de pensar, de sentir e de agir. A liberdade de se expressar seria um direito fundamental numa sociedade libertária, mas nunca numa sociedade moralista e conservadora. É preciso respeitar as tradições, a história e o modo de pensar das pessoas, sem restringir a Arte, a Ciência, a Filosofia e o Misticismo. Cada um no seu cada um e todo mundo dentro desse planeta que nos abriga sem discriminação. Afinal, se o Planeta tivesse que escolher, já estaríamos fora, com certeza.
Nesse momento, lembro-me de quando dava aula na Educação Infantil e trabalhava com as obras dos grandes Mestres da Pintura. Dentre os mestres, mostrei certa vez, as obras de Auguste Renoir, um dos meus impressionistas preferidos.
Pierre Auguste Renoir mostra na sua pintura, a beleza ensolarada do mundo e sempre fui uma apaixonada pela arte desse pintor. E o nu artístico nas obras de Renoir é de uma beleza sem igual – dourada, pois as cores que ele usava, aliada a luz do sol, movimentos da natureza, característica peculiar dos impressionistas, realmente eram impressionantes.
As crianças, de uma forma natural, aprenderam a apreciar as obras dos grandes mestres, sem degringolar para a banalidade e para o moralismo. Criança compreende a Arte, aprecia a beleza e sabe a diferença entre a beleza da Arte, do nu artístico, do corpo humano e a pornografia.
Elizabeth de Souza
Auguste Renoir (1841-1919) foi um dos mais importantes pintores do impressionismo francês.
Nasceu em Limoges, França, no dia 25 de fevereiro de 1841. Filho de um alfaiate e uma costureira muda-se com a família para Paris, em 1845, onde permanece durante três anos. De volta à Limoges, inicia a aprendizagem de decoração em porcelana. Com 17 anos começou a trabalhar em uma fábrica, onde pintava artigos religiosos, leques e tecidos.
Renoir, desde os primeiros anos de vida já demonstrava um grande interesse pelas Artes Plásticas.
Em 1862, após juntar algumas economias, muda-se para Paris onde é admitido na École des Beaux-Arts de Paris. Inicia um estágio na galeria do pintor suíço Charles Gleyre, onde faz amizade com Sisley, Monet e Bazille e Pissarro. Em 1863, após abandonar a escola, passa a pintar ao ar livre em Fontainebleau, fase essencial para a pintura impressionista que iria desenvolver.
Recebeu fortes influências de Claude Monet na maneira como fazia o tratamento da luz; Mas foi Delacroix, do período Romântico é que exerceu muita influência no seu trabalho com as cores.
O estilo de Renoir era marcante e a presença de cores fortes e brilhantes com texturas e linhas harmônicas davam o tom em todo o seu trabalho artístico.
A bailarina (1874)
Na época de Renoir estava surgindo a nova escola, o Impressionismo, um estilo que valorizava o instante fugidio das coisas e do mundo. Renoir, tinha uma característica própria onde apresentava um sentimento lírico na sua obra. Gostava de pintar as formas humanas individuais, pessoas em grupos e paisagens, mostrando esse lado fugidio das coisas, a profundidade dos momentos, através da luz do sol, do brilho das cores e das sensações que passava.
Em 1864 fez a sua primeira exposição em Paris, mas não teve reconhecimento, este viria quando fez uma exposição junto com os impressionista a nova escola que surgira. Foi em Paris no ano de 1874 e a obra considerada uma verdadeira obra do impressionismo foi a pintura Le Moulin de la Galette.
Renoir, Monet, Degas e Pissarro, entre outros artistas, unem-se e organizam a primeira exposição dos jovens impressionistas, que foi repetida em 76, 77 e 79.
Renoir em 1883 realiza a sua primeira exposição individual em Paris na galeria Durand-Ruel, momento em que consolida sua carreira artística.
Em 1878, Renoir expõe, no Salão Oficial, os retratos da atriz Jeane Samary e de Madame Georges Charpentier, que lançou Renoir nos meios sociais, obtendo compradores para seus quadros.
Em 1892 vem o reconhecimento oficial da nova pintura, quando o Governo francês adquire um quadro seu. Em 1897, acometido de reumatismo, passou a ter problemas de mobilidade. Na virada do século, já era um artista admirado em toda a Europa. Em 1904 organizou uma grande retrospectiva de sua obra. Em 1905 mudou-se para Cagnes-sur-Mer, em busca de um clima mais saudável.
Renoir foi casado com Aline Charigot, com quem teve 3 filhos. O segundo deles, Jean Renoir, viria a tornar-se um grande cineasta. Entre seus filmes destacam-se “A Grande Ilusão” (1937) e “A Regra do Jogo” (1939).
Auguste Renoir faleceu em Cages-sur Mer, na França, no dia 03 de dezembro de 1919 quatro anos depois de sua amada Aline.
Principais obras de Renoir
– Mulher com sombrinha (1867)
– Retrato de Frédéric Bazille (1867)
– O passeio (1870)
– O Camarote (1874)
– A bailarina (1874)
– The Skiff (1875)
– Le Moulin de la Galette (1876)
– Madame Georges Charpentier e suas filhas (1878)
– Remadores em Chatou (1879)
– Elizabeth e Alice de Anvers (1881)
– O almoço dos barqueiros (1881)
– As duas irmãs (1881)
– A dança em Bougival (1883)
– Mulher amamentando (1886)
– Os guarda-chuvas (1886)
– As grandes banhistas (1887)
– Menina com espigas (1888)
– Menina jogando criquet (1892)
– Ao piano (1893)
– Odalisca (1904)
– Retrato de Claude Renoir (1908)
– Banhista enxugando a perna direita (1910)
Assista aqui o filme raro mostra Pierre-Auguste Renoir pintando em seu ateliê (1919)
A comentarista foi infeliz ao relatar suas convicções de foro íntimo, tentando comparar com a obra do autor, lamento o comentário fútil e desnecessário, pintor demonstra suas habilidades e na sua época teve sua chance de expor suas obras que foram admiradas e apoia, não é por menos que teve a repercussão de suas obras serem valorizadas.
Obrigada pelo comentário!
Não sou especialista em pintura, nem crítica de arte, apenas uma admiradora de Renoir e apreciadora da beleza de suas pinturas. Ao fazer o comentário, realmente de foro íntimo, a intenção foi falar sobre uma das minhas experiências pessoais, que nem de longe são fúteis, pois gosto de mostrar as obras de artes para crianças e adultos que não conhecem…tudo isso sem entrar no âmbito complexo da crítica das obras do grande mestre Renoir.
Grande abraço!
Elizabeth