O início das histórias em quadrinhos

O início das histórias em quadrinhos

Breve Histórico das HQs​

Por Jorge Hata*

Tapeçaria de Bayeux

Nas tentativas de busca de antecedentes históricos para as HQs, podemos citar a Coluna de Trajano e outros monumentos egípcios levados para o Império Romano, onde podemos ler uma verdadeira “história em quadrinhos em espiral”. Alguns consideram que o Tapete de Bayeux do século XI, com 70 metros, sucessiva e um relato epopeia dos cavaleiros de normandos, uma forma de HQ. Os balões que hoje caracterizam boa parte das HQs tem predecessores em um pedaço de madeira gravada em 1.370, a Tábua de Protat, na qual um centurião romano, diante do Calvário, levanta um dedo em direção a cruz e declara:- “Vere filius Dei erat iste (Sim, na verdade este homem era o Filho de Deus)”. De sua boca sai um “filactério”, contendo a mensagem que desejava transmitir. Veem os estudiosos nesse filactério, um precursor dos balões das HQs. Ao longo dos séculos, gradativamente, surgiu uma nova forma de expressão que envolveu, por um lado, sequências ilustradas como as da Tapeçaria de Bayeux e, por outro, o filactério da Tábua de Protat. Esses dois elementos básicos reunidos mais tarde, resultaram no aparecimento das HQs, relação dinâmica entre a imagem e o texto, união entre a arte plástica e a arte literária.

O início das histórias em quadrinhos

Max_und_Moritz_(Busch)

Na pré-história, a linguagem gráfica das pinturas rupestres era uma forma de narrar acontecimentos, através de desenhos sucessivos, por isso muitos pesquisadores de HQs consideram que suas origens estão no início da civilização. A arte sequencial continuou evoluindo com os homens em manifestações como hieróglifos, mosaicos, afrescos, tapeçarias, imprensa, enfim, formas de registrar a história por meio de uma sequência de imagens. O meio mais próximo das HQs modernas é a chamada “literatura de estampas” do século XIX, feita por pedagogo e artista suíço Rudolph T:ofler com a publicação de M. Vieuxbois (1.827), uma crônica da vida cotidiana. Ele utilizava desenhos e textos para representar uma ação contínua, mas que ao mesmo tempo tinha cortes de tempo e espaço narrativa. Outros percursores, como o alemão Wilheim Busch, poeta, artista e humorista, lançou em 1.865, os garotos peraltas, Max und Moritz (Juca e Chico no Brasil, traduzido pelo poeta Olavo Bilac), e o francês Christophe, pseudônimo de Georges Colomb, foi criador da Fammille Fenouillard (1.889), primeira HQ sobre famílias que retratava um casal provinciano e suas duas filhas, Artemise e Cunegunde.

Origens das HQs

As Aventuras de Nhô-Quim

Em 1.865, o pintor alemão Wilhem Busch criou os primeiros personagens célebres das ilustrações em continuação.:- Max e Moritz (conhecidos aqui como Juca e Chico). Na França de 1.880, aparece com destaque Cristophe, pseudônimo de Georges Colomb, com suas histórias em imagens, no Petit Français Illustre, jornal para crianças. Seus desenhos caracterizavam-se por grande encadeamento de movimentos de uma imagem para outra. A França o reconhece como criador das HQs. A Inglaterra também pretende ter a primazia da criação das HQs a assim é que a história em imagens de F. Thomas, surgida em 1.884, com legendas sob as ilustrações, que representou o herói Ally Slopper, é considerada pioneira na Inglaterra. O Brasil participa de gênese das HQs quando em 1.869, Angelo Agostini publica na revista Vida Fluminense (janeiro, número 57) o primeiro capítulo da crônica humorística chamada “As Aventuras de Nhô Quim”, um precursor da narrativa quadrinizada. Os pesquisadores, porém, convencionaram tomar como marco inicial a história das HQs, a publicação de The Yellow Kid, do norte-Americano Richard Fenton Outcault, em 1.895, no New York World, jornal sensacionalista de propriedade de Joseph Pullitzer. Sendo a primeira publicação periódica e dominical em cores a apresentar constantemente um personagem seriado, ela marcou assim o verdadeiro nascimento do gênero.

*JORGE HATA
HISTORIADOR E COLUNISTA na HATA QUADRINHOS

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