O ipê da esperança

O ipê da esperança

Para muita gente a palavra esperança anda fora de contexto. Como encaixá-la em alguma circunstância no mundo atual? Tudo parece tão macambúzio (ôrra meu!). Basta atentar às notícias, ver como segue o cotidiano das famílias, analisar as perspectivas e o estado de ânimo das pessoas. Há uma desesperada ansiedade por notícias otimistas.

Vocês querem uma boa notícia? Pois bem, o ipê amarelo da minha rua de repente resolveu florir. De um amarelo brilhante, cheio de vida. Não há como não notá-lo. Pode parecer que estou jogando conversa fora por falta de assunto. Que o tema é prosaico e pouco sério diante de tudo que estamos vivendo. Cada um observa a vida através de sua lente pessoal.  E não faço nenhum reparo a quem pensa diferente de mim.

Esse ipê amarelo me despertou para o sentimento de esperança. Não importa que a cor símbolo desse sentimento seja o verde. Essa árvore fica  na esquina do quarteirão onde moro, bem visível a quem por ali circula. Ela, antecipando a primavera, parece sorrir para todos. Esse comentário eu já ouvi de vários moradores do bairro. Tal como eu, talvez estejam cansados desse cinza próprio do inverno e muito mais ainda do cinza interior causado por essa pandemia e suas consequências. Esse sorriso do ipê faz um bem danado à nossa alma. No meio de tantas incertezas toda sobrevida depende de esperança.

“É preciso falar de esperança todos os dias só para que ninguém esqueça que ela existe” afirma o poeta moçambicano Mia Couto. “Agora é preciso coragem para ter esperança”.

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 225 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

2 Comentários

  1. macambúzio
    adjetivo
    que, por temperamento ou circunstancialmente, se mostra triste, taciturno, guardando silêncio; mal-humorado, taciturno, tristonho.

  2. Meu amigo Gilberto eu comecei a ter coragem de cantar para enfrentar estes males da atualidade. Além de escrever. E acabo de me inscrever para continuar um cursinho para professores. A vida é cheia de desafios, o Paulo Lopes um amigo nosso queria lançar um jornal de Boas Idéias. Boas Notícias. Canto uma música por dia. Podem torcer os narizes. Mas eu canto!

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