O meu pôr do sol

O  MEU  PÔR  DO  SOL

Foto: Elizabeth de Souza

Os ipês amarelos da Vila Maria já começaram a florir. É a primavera chegando com sons e cores renovadas, cumprindo o eterno ciclo da natureza.

Há qualquer coisa mística no ar. A temperatura é agradável. Os agasalhos voltam para onde nunca deveriam ter saído. Radicalismos à parte, é que sou um assumido filho do sol. Aprendi a conviver  com o calor.

Nos finais de tarde, da janela do meu quarto posso ver o sol se pondo nos contrafortes da Mantiqueira. Formando um painel multicores, meu “pai” se despede de mais um dia em minha vida. E o faz em grande estilo.

Quão privilegiado sou por ainda poder contemplar esse espetáculo  da natureza !  Mas, até quando ?

Esta cidade, dita tecnológica, não para de crescer para todos os lados. Isso me mete medo. Vivo preocupado com a ameaça de que a construção de espigões me impeça de ver esse “show” no fim da tarde.

O progresso já roubou a flauta de Cassiano Ricardo e poluiu o Paraíba. Não quero que  roube também  o meu pôr do sol.

Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 225 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

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