O poder da imagem

O poder da imagem

Estamos muito próximos do Dia da Independência. Nesse “7 de setembro” o Brasil vai comemorar o bicentenário de sua emancipação de Portugal. E, qual a imagem que de imediato vem à nossa mente? Muito provável seja aquela famosa tela pintada por Pedro Américo em 1888, “Independência ou Morte”.  É a única referência visual existente, uma espécie de “fotografia” desse magno acontecimento. Fora isso, sobram apenas os relatos históricos daqueles escassos protagonistas presentes ao evento.

Entretanto, se não pairam dúvidas quanto à realidade do fato, para alguns historiadores e pesquisadores elas existem em relação a detalhes mostrados no quadro. 

Pedro Américo guiou-se por padrões acadêmicos europeus para realizar sua obra, seguindo aquele estilo pomposo de imortalizar acontecimentos históricos importantes. 

A esse respeito o jornal O Estado de S. Paulo publicou interessante matéria em sua edição de domingo, 21 de agosto, do caderno Cultura & Comportamento. A verossimilidade dos detalhes foi questionada.

É pouco provável que estivessem usando aqueles trajes de veludo numa viagem naturalmente desgastante por aquelas trilhas poeirentas. Seria mais correto roupas bem simples de algodão, como de costume na época.

Uma viagem daquelas, por caminhos íngremes, até o planalto de Piratininga seria feita com mulas e não com aqueles belíssimos cavalos retratados por Pedro Américo. Dom Pedro empunhando a espada para proclamar a independência, naquele local ermo, na presença de poucas pessoas, deve ter sido um recurso usado pelo artista para imprimir solenidade à imagem. A “Casa do Grito”, também figura na imagem, mas sabe-se que foi construída posteriormente. Esses e outros detalhes também são questionáveis, porém, todo esse conjunto ficou definitivamente gravado no imaginário do brasileiro e oficialmente simboliza nossa independência. É o poder da imagem, quer concordemos ou não. 

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 225 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

2 Comentários

  1. Nossa independência foi um março importante no desenvolvimento do Brasil. Sua leitura da obra de Pedro Américo é perfeita

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