O sentido da vida na poesia
14 de março é o Dia da Poesia no Brasil. Data escolhida em homenagem a Castro Alves, nascido nesse dia em 1847.
Esta palavra, poesia, eu sempre associo a “delicadeza”.
Dias atrás, exatamente no dia 14, li e reli várias “delicadezas”. Leitura pausada por reflexões, pensei em como a beleza da arte poética pode dar algum sentido à vida, neste mundo onde as coisas aparentam cada vez menos ter sentido.
Por “coincidência” ou não, li uma bela poesia de Cora Coralina. Algo assim como uma verdadeira e singela declaração de amor à vida: “Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores”.
Nessa inspiração se revela alguém que, ao contrário de muitos, encontrou sentido e significado para a existência.
Dessas palavras se depreende que o sentido da vida pode estar ligado a alguma coisa além do próprio ego. É o entendimento de que somos partes de uma realidade maior, acima do nosso próprio “eu” individual. Viver nessa realidade é sinônimo de espiritualidade, com o significado de sintonizar o espírito interno com sua Fonte.
Coralina sugere a escalada da montanha como um ato de esforço e sacrifício e, ao mesmo tempo, o generoso desprendimento em remover as pedras do caminho. Por fim, plantar flores, suavizar e embelezar a estrada a ser percorrida por aqueles que virão depois. Isso revela uma alma amadurecida, com preocupações mais universais., conectada a um contexto maior, onde a vida pode fazer algum sentido.
AGRADECIMENTO: Este é o meu trabalho de número 200, publicado em Entrementes. Sou muito grato a Elizabeth de Souza, alma tão sensível, que generosamente tem acolhido minhas modestas escrevinhações.
Por Gilberto Silos
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