Por Elizabeth de Souza
Não sei se é impressão minha ou é a minha pressão arterial alterada, mas ando sentindo o tempo de uma forma diferente. Há alguns anos atrás quando saia daqui da cidade de São José dos Campos para Sampa, de ônibus, levava uma hora e quinze, no máximo uma hora e meia para chegar no Terminal Rodoviário do Tietê. E a volta, mais ou menos isso.
Mas agora, são duas horas de ônibus até o Tietê. Muito contraditório, quanto mais avanço em tecnologia e ferramentas que permitem mais conforto e viabiliza o fluxo de ir e vir, mais fica evidente a prisão e não saída do lugar. Fiquei a me perguntar isso durante a viagem que fiz na semana passada. O trânsito, a demora, a lentidão do ônibus devido ao excesso de veículos. E olha que são veículos cada vez mais sofisticados, o que contradiz toda essa falta de acesso aos destinos variados. Então, veio a lembrança daquele filme, “Impacto Profundo”, onde não tem como fugir de carro. Tem que ser no pé mesmo, única forma de sair do lugar.
É uma pena! O ser humano ter tanto talento e ideias geniais para melhorar a vida com todas as ferramentas criadas por ele e depois ser uma vítima dessas mesmas ferramentas, de um jeito tão primitivo.
Mas como nada é perfeito, vamos que vamos lutando contra a corrente. E nesses eclipses lunares e solares vamos intercalando nossas emoções até explodir como uma bomba ambulante. Quem sabe os fragmentos possam servir para alguma coisa.
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