Old Rust une punk e alternativo em novo lançamento “Crônicas Caiçara”
A banda Old Rust anuncia seu novo lançamento: “Crônicas Caiçara”, um compilado de duas músicas inéditas gravado por Patrick L.A. no Guarujá e mixado pelo Mário Netto no estúdio UMSÓ em São Gonçalo (RJ).
A capa, de Fabrício Andrade, já parece dar um spoiler de um pouco daquilo que a banda vai apresentar neste disco: a realidade do cotidiano da vida na ilha, aquele que as pessoas vão à praia pra esquecer desigualdade social, relações de trabalho, a luta pela sobrevivência, o abandono dos políticos, a miséria. Críticas necessárias, que ecoam a voz do povo brasileiro, envoltas pela motivação e pelo senso de comunidade que só o punk é capaz de proporcionar.
O nome Old Rust aos poucos se torna uma nova potência na cena underground brasileiro. Formada no Guarujá (SP) em 2012, a banda conta com ex-integrantes de bandas icônicas como Hardcore Fun e Disconcert, além de compartilhar um membro com o Blackjaw. Ou seja, os caras dividem os palcos e o estilo de vida há décadas, o que com certeza contribui para identidade coesa da banda. No clima da Califórnia brasileira, o Old Rust apresenta um punk/alternativo com forte ascendência, no melhor estilo de bandas como Bodyjar, Seaweed e Hot Water Music, Noção de Nada, Cólera, Colligere e Garage Fuzz.
Conversamos com a banda sobre sua trajetória, influências musicais, processo de composição, entre outras curiosidades. Confira a entrevista
Confira “Crônicas Caiçara”:
De onde surgiu o nome “Old Rust“?
R: A ideia do nome “Old Rust” surgiu porque quando formamos a banda todo mundo estava a muito tempo parado, sem tocar. O Alex e o Luiz nem tinham mais instrumentos e usavam alugados do estúdio. Nos primeiros ensaios estávamos fora de forma, muito enferrujados então procuramos um nome que remetesse a isso, até chegarmos ao “Old Rust”
Como e quando a banda surgiu?
R: A banda surgiu em 2012, todos nós já nos conhecíamos há anos e tínhamos tocado juntos em 2006 como parte da banda de um amigo nosso, o Jr Olhão, mas era uma outra pegada de som, mais puxado para uma coisas como O Rappa e etc. Já em 2011, o André (Guitarra) e o Luiz (Vocal e Guitarra) estavam trabalhando juntos e começaram a falar sobre montar uma nova banda, o que efetivamente veio a acontecer no ano seguinte. De cara chamaram o Alex (Bateria) que havia sido companheiro do Luiz em duas de suas antigas bandas, Verbo Local e Hardcore Fun e o Rodrigo (Baixo) que tocou por anos com o André no Disconcert. Nessa época o Rodrigo tocavam em uma outra banda de Santos chamada Glorious Bonds o que acabou impossibilitando a estadia dele na banda por muito tempo, foi quando chamamos o Juliano (Baixo e Vocal) pra fechar o time
A banda segue promovendo seu último lançamento, “Crônicas Caiçara”, um compilado de duas músicas inéditas . Como foi o processo de gravação dessas duas faixas?
R: Essas duas músicas foram duas faixas que ficaram de fora do nosso primeiro full, “Teoria Cíclica de Ascensão e Queda”. Todas as músicas do álbum foram compostas no período de 2012 à 2015, já essas duas foram feitas depois do hiato de 2 anos que tivemos entre 2015 e 2017, então preferimos deixar esses sons para serem lançados em um outro momento. As músicas foram gravadas por Patrick LA no estúdio The Box em Guarujá e mixado por Mario Netto, guitarra do Plastic Fire e Triunfe, no estúdio UMSÓ em São Gonçalo-RJ.
O material foi muito bem recebido nos sites de música especializada nacionais e internacionais . Como a banda está vendo esse feedback tão positivo do material lançado?
R: A gente fica muito feliz na realidade já que não somos músicos que vivem da música, então tudo que fazemos é de coração e sacrificamos bastante coisa de nossas vidas particulares para que seja possível, é realmente muito gratificante
Suas músicas demonstram muita intensidade e entrega por parte da banda. Existe alguma composição que seja mais especial para vocês?
É muito difícil dizer um único som já que todos foram escritos e compostos de coração, mas pra citar alguns podemos citar Dívida, Haverá Futuro, Sobre Muros e Pontes… Realmente pra nós é difícil escolher um único.
Quais as bandas e fontes artísticas que inspiram o som do Old Rust?
R: No Brasil é Garage Fuzz, Dead Fish, Noção de Nada e Cólera, já de gringo Hot Water Music, ALL e Bodyjar
Quais bandas nacionais vocês andam escutando?
PMA Trio, O Inimigo, Social Breakdown, Iodo, Mistanasia, Tested, Cannon of Hate, Porco Preto, Nothing in Between, Apnea
Podemos esperar mais material inédito em breve?
Estamos no processo de gravar algumas coisas novas que devemos lançar ainda no primeiro semestre. Logo também pretendemos começar a compor então 2022 deve ser um ano de muitas novidades.
Como vocês veem o impacto da pandemia e do desgoverno brasileiro em relação à cultura nacional?
R: A pandemia veio pra piorar o que já estava ruim. Além de toda dificuldade que já traria normalmente para quem produz e trabalha com cultura, ainda temos esse pseudo-governo e todas suas questões para atrasar ainda mais a vida ainda mais quando parte de uma perspectiva fascista, mas a cultura brasileira sempre foi algo que veio dos guetos, então resistir e ocupar sempre foi uma constante. Por mais sombrio que seja o cenário, nós devemos resistir, ocupar nossos espaços principalmente agora com a volta gradual. É importante que todos continuem se cuidando, usando máscara, tomando vacina e que ano que vem façamos um trabalho forte nas ruas para que possamos pôr um fim a isso que alguns chamam de governo
Estão animados com a retomada dos shows?
R: Mais que animados! Tivemos a felicidade de voltarmos aos palcos depois de quase 2 anos no FuzzFest, em Santos, como o Garage Fuzz e Apnea. Foi um baita evento, revimos vários amigos e tocamos com bandas que pra nós são referência do som. Temos algumas coisas pra fechar agora pro início de 2022, então podemos dizer que estamos mais do que animados, estamos com tudo.
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