Os ciclos da vida
Nos meus momentos de ócio, pretensamente criativo, entre devaneios e cafunés no cachorro, às vezes fico a exercitar comparações, analogias e metáforas. Coisas de idoso que não tem muito o que fazer.
Outro dia me surpreendi a comparar a vida do ser humano com as quatro estações do ano. Quatro ciclos de uma certa forma cosmicamente interligados e complementares.
As estações parecem fazer parte da vida humana. Penso na primavera como a juventude do homem, quando tudo floresce em cores e sons. É o tempo de saborear amores, paixões, mergulhar tresloucadamente em ilusões.
O verão, fase do amadurecimento, quando se trabalha duro, em busca de realizações. O calor é a energia necessária para desencadear ações que resultem na colheita dos frutos.
Na calma do outono, ser realista, questionar, despojar-se do que já não serve mais. É o momento de observar e repensar a qualidade das flores e frutos, do resultado das ações. Separar o joio do trigo para tornar o próximo ciclo mais produtivo.
O inverno é a pausa na atividade objetiva, quanto tudo adormece. A vida permanece em silente momento de subjetividade. Depois de cumprida a missão, aguarda novo ciclo de manifestação.
A vida humana também é feita de ciclos. Ser fiel e viver conforme a natureza deles é sinal de sabedoria. Significa que da vida aprendemos alguma coisa.
Por Gilberto Silos
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