Os desafios das artes na atualidade

 

Os desafios das artes na atualidade

Joka Faria refletindo a existência

Tenho fugido da escrita poética, mas leio vorazmente poetas. Sinto-me vazio, entediado. A vida é algo estranha. Fico calculando quanto tempo me resta. Mas será que devemos levar a matemática a sério? O que é a passagem de tempo? Só me sobra a leitura de poetas. Ando a ler embaixo de árvores, Simone de Beauvoir, “O Segundo Sexo”, às vezes me dá vontade de parar esta leitura. Tenho alguns livros de poemas para ler, Maria Carpi em seu livro A esperança contra a Esperança; releituras de João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos. Aqui no Entrementes descubro muita gente talentosa e nas redes sociais. Felizmente deixei momentaneamente de escrever sobre política. Uso os vídeos para isso. É que a literatura e a poesia é algo nobre. Já viram aqueles vídeos no youtube sobre a origem da Língua Portuguesa? Tenho vontade de estudar Letras só para meu prazer e descobrir as origens. Estou fazendo cursinho para ser aprovado em concursos, a parte gramatical é um desafio enorme. Fiquei vermelho de vergonha quando um poeta falou que estudou gramática uns três anos antes de começar a escrever. Um dos grandes nomes de nossa literatura numa entrevista para o Entrementes, Ferreira Gullar. Sei que já escrevi isso inúmeras vezes, mas são ângulos diferentes. Ferreira tinha, nos últimos anos de vida, uma visão política polêmica, mas sua obra é valiosa, poeta, crítico e muito mais.
Como faz falta uma visão crítica da literatura que se faz hoje. Felizmente tem muita gente publicando. Um escritor a cada esquina e editoras também surgem. Deve aparecer muita gente boa. Descobri que o lema “Faça você mesmo” vem do grupo Fluxus de vanguarda dos anos 60. E não do movimento Punk que usou e muito bem.
O que tem de novo surgindo nas artes no Brasil e no mundo? Eu não viveria sem artes. Não sei desenvolver outras técnicas além da escrita, fotografias e vídeos. Além de lançar livros pretendo fazer oficinas de roteiros. Imaginem sobreviver da escrita nesta maturidade? Roteiros de Joka? Enfim, se preparar para envelhecer, descobrir quem sabe um amor?
Tantas facilidades tecnológicas e não vemos uma arte que cause e inove tanto nas redes quanto fora dela. Sei que vanguarda é uma palavra desgastada, mas ousadia e invenção fazem muita falta. Eu já tentei muito e tendo oportunidade o farei. Mas a realidade crua e nua é um desafio.
Vamos seguindo e aos poucos leitores que me restam agradeço a leitura. E busco novos desafios, parar de escrever só quando morrer ou ficar insano.

João Carlos Faria
25 de Fevereiro de 2024

 

Para saber mais sobre o Fluxus, veja aqui

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