Os ressentidos de plantão!
( meio que plagiando nosso colunista Marcelo Sguassábia, da série paranoias pandêmicas
…da série “Meus desabafos”)
Falar de política, para alguns é algo que pesa. Nesse país, onde a consciência de classe é praticamente zero, onde a luta por liberdade é só um sonho de antigos anarquistas, no real desse termo e não na nova apropriação do mesmo, pelos anarcos. Esses ancaps tomaram conta da beleza desse termo, destruindo a velha e antiga utopia, que já mexeu com muitas sociedades. Não me perdendo na emoção de falar do verdadeiro anarquismo (fui uma adepta), os últimos acontecimentos levaram essa ideologia a cair em desuso entre os que entenderam o que aconteceu e o que acontece.
Falar de política para os isentões é como se estivéssemos sempre à esquerda da vida. Eles esquecem que política é um ato de viver em sociedade, de pensar e de agir individualmente também. Tudo que se faz é um ato político e me vem à memória Saint Germain, aquele considerado um grande alquimista e que na verdade foi um dos articuladores da Revolução Francesa, uma das mais belas e importantes revoluções no mundo.
Os que vivem em cima do muro são os mornos, que não escolhem um lado por pura covardia mesmo. E nesse quesito, mesmo com ânsia de vômito, vou citar uma passagem bíblica, coisa que odeio fazer, que diz mais ou menos assim: “Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito”. Também tenho vontade de vomitar quando conheço alguém que fica em cima do muro, por medo de se posicionar. Esses, que ficam em seus muros confortáveis repetindo seus clichês sem sentido:
– ain, é muita polarização!
Bando de idiotas – tudo no universo é polarização e sem ela, não há síntese e nunca haverá. Sem o negativo e o positivo não se gera eletricidade; sem o masculino e o feminino não se cria uma terceira força. O universo é regido por leis em oposição para se encontrar o ponto matemático das coisas. E citando Hermes Trismegistos: “Assim como é acima, é abaixo”, partindo das leis cósmicas e universais para se chegar as leis humanas e tridimensionais. Como um ser em cima de um muro seria capaz de entender a polarização, se não entende nem como funciona as leis da Física, da Matemática e da Ciência em geral? Esse ser, que vive sentado em seu confortável muro, (alguns) é o tipo que não aceita a ciência, arte, cultura, universidades e nega todo o conhecimento adquirido ao longo da história da humanidade. Essas mesmas pessoas que odeiam a academia, nem sequer são gênios de vanguarda.
Lembro de um trecho poético de Fernando Pessoa:
“Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso)…
Primeiro se adquire para depois jogar tudo fora ou não. Só podemos renunciar os estudos acadêmicos, quando o temos, conhecendo as bases (porque a academia é base fundamentada), para depois revolucionar qualquer natureza do conhecimento. Os grandes gênios, os revolucionários, artistas, etc, tiveram seus mestres para depois seguir a sua genialidade, partindo dos seus próprios princípios, indo contra tudo e a todos e até mesmo a academia.
Aí a pessoa não é nenhum gênio revolucionário que possa apresentar uma nova ideia, um novo caminho, uma nova solução criativa e fica bradando contra a academia. ah, vai para o quinto dos círculos dantescos, esse bando de ignorantes. Einstein, considerado um genial cientista e um homem de grandeza ímpar, fez uma academia primeiro, para depois criar as suas próprias teses e antíteses.
Na minha adolescência, o meu sonho era entrar para uma renomada Universidade e estudar o que gostava (mesmo sendo uma autodidata). Mas não havia grana para isso, tive que me conformar e nem por isso reneguei a Academia, ao contrário. Fui fazer uma faculdade bem mais tarde, por conta de uma administração mais social na minha cidade, que me favoreceu, pagando parte de uma, senão não teria feito nunca. Com o governo mais voltado à “esquerda” nesse país, milhares de jovens foram beneficiados com a Universidade, onde os pobres puderam ter acesso, coisa que não tive, infelizmente.
Agora, aquela pessoa medíocre, que fica falando mal da academia, é a mesma que não conhece a história do mundo e muito menos a do próprio país e sai falando abobrinha. É a mesma que é capaz de bajular o seu algoz porque desconhece a própria posição. É o fanático, o gado, o que acredita na maldita pentec, acreditam em tudo, porque não sabem questionar ou debater, apenas copiam e colam clichês, que já cansamos de ouvir nos últimos 4 anos. Os isentões, os despolitizados odeiam a polaridade, logo, não conseguem nem sintetizar uma ideia a respeito de alguma coisa, não conseguem lidar com os paradoxos. E por conta dessa horda, estamos assistindo o país cair em desgraça, por deixar que verdadeiros monstros tomassem conta da nação. E esses isentões, despolitizados e sem noção ficam posando de anarquistas, (que raiva que se apossaram desse termo, não me conformo) que são contra tudo e todos só para ser contra mesmo, sem refletir. Ai se juntou ao bando de idiotas que não acreditam na ciência e tomam remédios para prevenir um vírus, indicado por pessoas com problemas mentais. Gente, já estou de saco cheio com essa ignorância no país. Isso aqui virou um hospício a céu aberto, com fronteiras fechadas.
Os que não estudam, odeiam quem estuda, não fazem uma universidade, mas colocam o nome de uma no currículo fake. E tem aqueles que fizeram a academia e não se sobressaíram e tem raiva de quem se sobressai. Esses que não conseguem transcender a academia com ideias que possam ajudar uma sociedade, são os ressentidos de plantão. E seguem espalhando ideias de falsos filósofos, falsos cientistas, falsos entregadores de fé, digo verdadeiros mercadores da fé, destruindo todos os conceitos acadêmicos, numa completa inversão de valores.
O conhecimento não é estanque!!!
– ain, eu só curto filosofia e não política! Eita, a política faz parte da filosofia.
– ain, só curto poesia e literatura, não política! Eita, a literatura está recheada com a política o tempo todo, basta direcionar o olhar no tempo em que se vive. Toda arte e literatura reflete o seu tempo, direta ou indiretamente.
– ain, eu só isso e não aquilo! O conhecimento hoje, é holístico, tudo está envolvido em tudo, cara pálida…não temos como fugir desse fato, só mesmo os alienados intelectuais é que estão nessa vibe ainda.
Gentem, desculpe-me estou revoltada, tinha que desabafar!
Elizabeth de Souza
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