Os “Santos” de barro caem por terra…e viram lama
Não sou estudiosa do marxismo, mas gosto de Marx e da sua famosa frase: – “Religião é o ópio do povo”.
Estamos vivendo um tempo que não dá para saber se é início, meio ou fim de alguma coisa interessante e/ou inusitada. Não sabemos o que é, mas é o nosso momento aqui e agora e isso basta, mesmo com ansiedade; um tempo onde o que não tem alicerce fortificado, está caindo por terra. Demorou um pouco para isso se dar, mas as religiões estão se ruindo nesse tempo sem medidas. Afinal, a humanidade viveu meio que acorrentada aos mais diferentes dogmas, destruindo vidas, criatividade e o bem estar humano, em nome de um conjunto de regras sem pé e nem cabeça. No combo de dogmas, vem os líderes, mestres e salvadores que se inventam de santos (do pau oco) e deuses, quando são tão humanos como todo mundo. E os seguidores os veneram e alguns poucos os abominam, como eu. E o mais interessante são as revelações, tudo está caindo, quebrando e desmoronando no universo limitado das percepções. E tudo vai se mostrando como realmente é, sem fantasias, sem romantismos, num misto de clareza e desencanto. Essa nova realidade integra outras realidades ao mesmo tempo, mostrando-se ainda mais rápida e fugaz do que sempre foi, desvelando-se aos nossos olhos cansados das telas azuis.
As IAs e as tecnologias podem ser perigosas e assustadoras quando nos afrontam e nos tiram o direito à privacidade – mas é também aquela que revela tudo o que antes ficava oculto. E com isso, pode-se assistir a queda e a quebra de tudo que parecia verdade. Isso é bom ou é ruim? Na minha opinião, nem bom nem ruim, apenas acontece, como tudo que já rolou no mundo e continua a rolar enquanto existir humanidade. Somos frutos e consequências do que nos rodeia.
Nossos egos são maiores que qualquer religião do mundo e se não for eliminado, estaremos sempre sujeitos aos repetitivos comportamentos meramente humanos, mortais e bestiais. E não adianta seguir ninguém, todos estão na mesma situação decadente.
Quero crer numa verdadeira religião, o “Religare”, onde cada um se liga ao seu próprio deus interno – “Sois deuses” já dizia Jesus, o cristificado – aquele a quem muitos seguem e continuam cegos. Seria mais prudente seguir deus que está dentro de si e não os de fora.
Neste momento peculiar, podemos constatar o que já diziam os grandes filósofos (e me perdoe amigo Val, mas “filosofia não é conversa de boteco”) em suas longas reflexões – Reflexão em movimento contínuo, como é a vida em toda a sua plenitude. Em meio a repetição dos comportamentos humanos ao longo dos séculos, só a reflexão é capaz de abrir as percepções para analisar essa trajetória e mudar. As transformações acontecem para o bem ou para o mal, pouco importa. O que importa é a vida que segue e a Natureza preservando os seus, quando necessário, de um jeito ou do outro. O instinto de sobrevivência da natureza está intacto, o nosso nem tanto, perdidos numa grande ilusão, TALVEZ criada pela própria Natureza.
A decepção dos que seguiam ou seguem regras teológicas as mais diversas, os obriga a ver o tempo perdido – antes tivessem buscado a si. Vamos culpar quem se não a nós mesmos?!
Somos um projeto que não deu certo? Vai saber! Independente das respostas, a vida continua e a natureza mecanicamente faz a sua parte nessa roda que gira incessante.
Estamos do lado dela ou contra? Evolução, involução ou Revolução?
Elizabeth de Souza
120423
REFLEXÃO PONTUAL! COMO DEIXA A PERGUNTA NO FINAL EVOLUÇÃO É O QUE DEVERIAMOS REALIZAR MAS ESTAMOS NA INVOLUCAO…A NÓS QUE ESTAMOS NO QUADE SÓ NOS RESTA REVULUCIONAR! PARABÉNS
Querida Tuti, obrigada por ler e comentar o meu texto, valeu!
A roda da fortuna ou roda de samsara mostra em sua simbologia, que há um ciclo interminável, repetindo repetindo. Evolução e involução fazem parte da roda e da própria Natureza… e da natureza das coisas. Permanecer na roda é cumprir este círculo vicioso. Sair da roda é um estado de Revolução.
Grande abraço, amiga!
Ótimo texto, Beth!
Conhecendo a verdade, a gente se liberta!
E quanta coisa espantosa e decepcionante tem vindo a tona!
Aquela do Dalai Lama me deixou
Estarrecido!
E teve quem achasse bom e aplaudisse!!
Direto no ponto, Beth. O último lugar onde vamos nos encontrar espiritualmente é na religião, que se torna cada vez mais um instrumento de poder e riqueza material, às custas da fragilidade humana. Ótima reflexão. Parabéns pelo texto.