Padre Júlio coagido – a pobreza moral da sociedade

 

Padre Júlio coagido – a pobreza moral da sociedade

Reflexão de Joka Faria

As cidades Brasileiras estão repletas de violência e miséria. Na cidade mais rica do Brasil um soldado Brancaleone está lutando contra esta miséria humana, o padre Júlio Lancelotti. E agora um vereador ligado ao MBL convoca o padre para maiores detalhes na matéria da Folha de São Paulo anexada a este texto e do Paulo Ghiraldelli em vídeo. Me dá vontade de estar em Sampa neste dia 14 de Dezembro. O poema de Manuel Bandeira, vi se materializar na última quinta feira pela manhã no centro da cidade: Um homem tirou do lixo uma coca cola e tomou o restante do líquido. E as pessoas parecem indiferentes. Já passa da hora de uma reação da sociedade. E ela começa pela conscientização nas redes sociais. Este padre é um guerreiro, não me importa se é de uma igreja. Importa a atitude prática dele. Todos nós temos nossos desafios no dia a dia. Mas não somos a Justiça cega, estamos vendo a pobreza aumentar. As milícias agindo, o narcotráfico e o crime organizado. Não devemos cruzar os braços. Cabe aos movimentos sociais de São Paulo lotarem a câmara neste dia 14. Temos que cobrar do poder público em suas várias instâncias, ações concretas. E cabe a Sociedade se posicionar contra esta exclusão social que nos bate à porta. Ao menos quem não mora em condomínios fechados.
Moro num bairro com um hospital no início da região leste. E convivemos com esta miséria humana. Nos anos 80 vi um padre expulsar mendigos da marquesi da igreja. E eu tinha cobrado uma ação das autoridades municipais. Que ingenuidade a minha. Eu era jovem.
Mas continuo utopista. Temos muito a fazer. Para que este poema seja um marco de mudança. A poesia tem esta força atemporal assim como a arte.
Cabe às esquerdas repensarem suas estratégias. Só eleições não basta, precisa-se de movimentos sociais fortes enraizados nas bases populares.
Criação de centro comunitários, com arte, cultura e geração de renda nas cidades.
Terrenos em praças públicas podem ser usados para estes pontos sociais.
No mais sejamos utópicos e realistas. Pois estamos vivos.

João Carlos Faria
3 de Dezembro de 2023

O Bicho, de Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

 

Vídeo de Ghiraldeli
https://www.youtube.com/watch?v=v1v4D3WfXxs

 

Matéria da Folha sobre o tema.

https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2023/12/vereador-convoca-padre-julio-para-esclarecimentos-na-camara-de-sp.shtml

 

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