A FUGA DAS PALAVRAS
Ninguém sabe como começou
Dizem ter algo a ver com uma revolta
Com tudo de ruim que a humanidade faz
Ódio, mentiras, preconceitos…
Que ela colocava no papel
A alva folha, inocente
Era forçada então a ser cúmplice
E a mentir e a odiar também.
Então veio o levante, e as palavras
Começaram a fugir dos livros
Primeiro só algumas letras
Escapavam com asas ligeiras
Mas depois palavras inteiras as seguiam.
E os livros foram se calando
Pouco a pouco
Até reinar o silêncio.
E assim permanecemos agora
Órfãos da palavra escrita
Ansiosamente esperando
Que as palavras nos perdoem
E possam retornar
E que assim
E os livros não mais sejam mudos.
DALTO FIDENCIO
Nil Satis Nisi Optimum
2022
Que poema lindo, Dalto!
Fiquei emocionada em ler tanta sensibilidade…
Abraço!
Grato Beth! Sua opinião é sempre valiosa!
Bravos, Fidencio! Que as palavras possam retornar. Palavras são seres alados, que voam no Infinito e ecoam na Eternidade.
Um abraço fraterno
Gilberto
Muito obrigado pelo comentário poético, Gilberto!