Poemas de Nydia Bonetti

Poemas de Nydia Bonetti

 

Caminho tateando o tempo com as mãos.
Tenho as unhas roídas
de não saber
onde pôr os meus olhos quando anoitece.

—-
o que sente já não é dor, pois já não sente
(espanto catatônico)
afônico
tenta externar o nada que assola
mas a garganta sabe só dos silêncios
e cala
os olhos falam
os olhos sentem
os olhos mentem ___ os olhos _ os olhos

—-
Avalanche
é o nome do tempo
quando passa.
Legião
é o nome
do que ele carrega.

—-
onde estão os anjos que não se pode ouvi-los?
foram prantear os inocentes mortos
da cidade em ruínas
choram pelos cães
abatidos por mãos que julgavam humanas
choram pelos homens/feras embrutecidas
pela ausência de compaixão
choram por seu Deus exilado dos homens
atônitos observam:
trevas que se aproximam
/ é tarde / rapidamente o sol declina
choram pelo fim da esperança
. . . . . . . . . . . . . . . . . e já não podem mais cantar

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