Poseidon
É uma canção de ninar de um muito intenso erotismo
Embalando felicidades, angústias e exacerbações
Que estremece a voz, escurece o ouvido e cega a visão.
Abalador da terra! Você carrega para as profundezas
Mesmo aqueles que são seus mais caros súditos.
Raio atirado ao avesso, não permite a antevisão.
Fulgura o imo
Aviva o desconhecido de cada alma.
Imprime um movimento enervado em cada contorno dos belos corpos
Estes, que correm em direção contrária à sua ira e ao enigma das suas disposições.
Não concebem ainda o incipiente formato daquilo que está reservado como promessa
No fulgor do trovão, no rugir das ondas e no calor das mensagens subterrâneas.
Que, ao aquecer o sangue, impulsionam
Para uma nova praia, um novo beira-mar, uma nova brisa
Trazendo aquela canção caçadora de sonhos e amor…
Marina Alexiou
Lindo poema!
Respeito Poseidon e o seu reino de magia, mas também temo sua ira.