Quando menos é mais
“A simplicidade é a base da elegância. Menos é mais”.
Esta frase é atribuída a Gabrielle Bonheur “Coco” Chanel. Estilista francesa mencionada na revista TIME como uma das pessoas mais influentes do século XX. Coco Chanel, por dever de ofício convivia com o luxo e o glamour. Partindo dela a frase pode soar meio contraditória. Mas, não! Era a opinião de quem sabia, no seu ramo, potencializar o “menos” transformando-o em “mais”.
Alguém já afirmou ser a simplicidade a forma mais bela e discreta de sofisticação. Esta ideia tem uma ampla abrangência. Não diz respeito apenas ao mundo da moda ou ao que a pessoa deseja aparentar socialmente. Não é algo externo causador de admiração.
Por outro lado, não deve ser confundida com minimalismo ou despojamento autoimposto, no fundo uma expressão de egocentrismo para chamar a atenção.
A simplicidade autêntica é uma forma de comportamento natural, expressão externa daquilo que o indivíduo é internamente. Aí se revela sua beleza interior.
Essa maneira peculiar de ser não se faz notar somente na indumentária. Ela se manifesta na linguagem oral e escrita; no trato com o semelhante; na capacidade de empatia, no dar e receber. É natural e espontânea em qualquer situação.
Nesse estilo de vida há um quê de desapego quando se dispensa o supérfluo, o excesso, o penduricalho, em prol do essencial. Não é muito comum viver assim, numa sociedade onde não faltam as oportunidades de exibicionismo e glorificação do ego, oferecidas abundantemente pelas redes sociais. É uma forma de dependência da moda e dos modismos, na ânsia da aprovação alheia, o que nada mais é a não ser uma boa massagem no ego. E, aí se perde a autenticidade interior.
Quando não somos nós mesmos, estamos a rejeitar e negar nossa própria essência, a abdicar de nossa singularidade, deixando de viver por inteiro aquilo que realmente somos.
Por Gilberto Silos
Gilberto Silos como sempre nos encantando com sua escrita poética e profunda.