Quem tem medo da IA?

 

Quem tem medo da IA?

Inteligência Artificial é um tema recorrente. A seu respeito não faltam polêmicas, onde expectativas e, sobretudo, temores acirram os debates.
Essa tecnologia, popularizada com o ChatGPT, revolucionou o mercado de trabalho. A noção generalizada é de sua capacidade de permitir aos computadores e máquinas simular a inteligência humana na resolução de problemas, reproduzindo suas competências.
Justamente aí começam as polêmicas. Até que ponto a IA substituirá o homem no mercado de trabalho, ameaçando-lhe o emprego? Negar a existência desse risco é esquivar-se da realidade. No decorrer dos anos, as organizações públicas e privadas adotarão essa ferramenta, principalmente as últimas, porque a lógica do sistema capitalista é a otimização do lucro.
Essa polêmica, contudo, transcende o âmbito da economia e do mercado de trabalho. Já se discute as supostas consequências e mudanças provocadas pela aplicação da Inteligência Artificial em outros campos da atividade humana, como, por exemplo, nas artes e particularmente na literatura. Será possível escrever um romance ou um poema usando essa inovação tecnológica?
Recentemente, realizou-se em São José dos Campos, o “III Encontro das Academias Literárias e Artísticas do Vale do Paraíba”. Em debate o “futuro das Artes e da Escrita em relação ao uso da IA”.
Foi um encontro interessante, onde duas preocupações ficaram bem evidentes: a ética no emprego dessa tecnologia e sua possibilidade de produzir obras literárias.
Na opinião deste insignificante e obscuro escriba, a preocupação maior paira no aspecto ético. Creio que tudo depende da intenção e do caráter de quem faz uso dessa inovação.
Quanto à capacidade de criar uma obra literária, digna de merecer tal nome, esse dom pertence exclusivamente ao ser humano. Isso me lembra, fazendo rápida digressão filosófica, um pensamento atribuído ao teólogo francês Teillard de Chardin: “Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual. Somos seres espirituais passando por uma experiência humana”.
Como seres espirituais, em nossa essência, somos dotados da faculdade de elaborar pensamentos, sentimentos, emoções, e manifestá-los com criatividade e originalidade nas artes, na literatura e no convívio com outros seres humanos. Temos individualidade e singularidade. A máquina, por mais sofisticada e engenhosa que seja, é programada pelo homem. Ela não é humana.

Por Gilberto Silos

Sobre Gilberto Silos 225 Artigos
Gilberto Silos, natural de São José do Rio Pardo - SP, é autodidata, poeta e escritor. Participou de algumas antologias e foi colunista de alguns jornais de São José dos Campos, cidade onde reside. Comentarista da Rádio TV Imprensa. Ativista ambiental e em defesa dos direitos da criança e do idoso. Apaixonado por música, literatura, cinema e esoterismo. Tem filhas e netos. Já plantou muitas árvores, mas está devendo o livro.

3 Comentários

  1. Eu tenho certo receio. E sobre a arte e a literatura, fiquei meio que desacreditando de atuais escritores. Agora só leio os antigos, os clássicos, porque é certeza que foram escritos sem interferências de IA.

  2. Querido Amigo, quanta honra para mim
    ter lhe conhecido !
    Você é daqueles que marca aquele que tiveram a oportunidade de ter convivido com a sua doçura, conhecimentos e.bondade.
    Sinto falta de estar juntos más receber suas mensagens é um aprendizado é uma Benção do PAI.
    Saudade…

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