Quero escrever como Ullisses Campbell*
Normalmente assisto alguns podcasts interessantes, na verdade, quando o assunto é interessante. Vi no Inteligência Ltda, uma entrevista com o jornalista e escritor Ullisses Campbell falando sobre os livros que escreveu, uma trilogia:
1- “Suzane – Assassina e manipuladora”
2- “Elize Matsunaga – A mulher que esquartejou o marido”
3- “Flordelis – A pastora do diabo”
Ainda não o conhecia, além de vê-lo neste podcast, também assisti entrevistas dele em outros. Ele trabalhou em vários jornais e revistas como repórter durante 25 anos de trabalho dedicado ao jornalismo.
Muita gente é fã de algumas celebridades, também sou de alguns músicos, poetas, cientistas, filósofos, mas tenho que confessar que sou muito fã de alguns jornalistas, uns famosos e outros nem tanto – o Helder Maldonado é um deles, não pela fama e sim pela coerência e sagacidade. E agora conheci o Ullisses Campbell, por conta da sua atual dedicação como escritor. Escreveu 3 livros, frutos de uma pesquisa minuciosa, dedicando-se ao jornalismo literário. Tornei-me fã dele na hora. Em outros podcasts contou alguns trechos dos livros, sem dar tanto spoiller. Fiquei na maior ânsia de ler um livro dele, gostei do jeito calmo, tranquilo e natural como ele conta sobre o seu processo de escrita, da forma como faz as suas pesquisas e suas entrevistas com os personagens envolvidos nas histórias. As pesquisas feitas baseando-se em fatos que ocorreram na vida real dos personagens precisam ser fidedignas e se ater as verdades, usando a escrita – Tornar a história real em literatura e atrair o leitor. Para escrever estes livros, chegou a fazer um curso de roteiro para cinema, no que ajudou a “distribuir” a narrativa de uma forma não linear e interessante como nos filmes.
Depois de tudo isso, resolvi comprar o primeiro livro da saga para ler no Kindle, porque estou com a maior dificuldade para ler o livro físico, embaralha a vista ficando cansativo demais. O kindle tem luz interna facilitando a leitura. Acho que vou ter que dizer adeus ao livro físico, ai, ai.
Comecei a leitura de “Suzane, assassina e manipuladora” e não conseguia parar de ler, mas como tenho outros afazeres, tive que suspender a leitura em alguns momentos por isso levei dois dias para terminar o livro. Apesar de conhecer a história sobre esse hediondo assassinato, foi uma novidade ler todos os detalhes desta pesquisa elaborada, feita pelo Ullisses. A fluidez da escrita e a forma como ele dispõem os capítulos, torna-se cada vez mais interessante nos deixando num desejo de saber mais. Todo jornalista tem que ser rápido e eficiente em escrever suas matérias, pois o fator tempo interfere, não podendo deixar para amanhã a matéria de hoje; o jornalista busca os fatos, pesquisa rápido e tem que colocar no ar no mesmo dia – hoje virtualmente, mas antes, tinha que escrever de verdade num bloco de anotações e depois transcrever para ser publicado no jornal ou nas revistas. Antes, um jornalista era muito mais analógico, que é o caso do Ullisses e isso o ajudou muito nessa nova empreitada de escrever um jornalismo literário.
O livro é muito bom, vou ler os outros dois desta trilogia. A escrita dele me fascinou e me deixou tão ligada que queria chegar ao fim da história rápido para saber o final, mesmo sabendo o final. Ele sabe como iniciar, sabe como prender o leitor, (mesmo sabendo da história e do desfecho) e sabe concluir o desfecho de uma forma genial. Não posso deixar de mencionar que o livro que li sobre esta assassina tem como pano de fundo o sistema prisional, que é muito interessante. Ullisses não se concentrou apenas no personagem central, mas também nas várias histórias paralelas. Histórias essas, que são parecidas com a da assassina e mesmo que não tenham virado celebridades, tem o mesmo nível de crueldade tanto quanto ou até pior do que a retratada como personagem principal.
Parabéns, Campbell!!!
Sobre o livro:
O livro conta a história de Suzane Richtofen que foi a mentora do assassinato dos próprios pais, junto com os irmãos Cravinhos. No dia primeiro de novembro de 2002 Manfred e Marísia von Richtofen foram assassinados a pauladas, uma notícia terrível que chocou todo o país. Não demorou muito para o crime ser desvendado e os criminosos presos.
O livro conta toda a trajetória dos assassinos dentro do sistema prisional, desde a entrada, a adaptação em alguns presídios, as saidinhas e o processo da mentora do crime ter se tornado uma celebridade e o seu comportamento diante disso e as consequências. Todo o pano de fundo desta história mostra fatos que intuitivamente sabemos que acontecem dentro de uma prisão e também revela o nível de perversidade que esses criminosos possuem.
*Sobre o Ullisses Campbell
(retirado do site da Amazon)
https://www.amazon.com.br/Ullisses-Campbell/e/B084GVGMR4%3Fref=dbs_a_mng_rwt_scns_share
Jornalista, Ullisses Campbell nasceu em Belém do Pará. Atuou nos jornais A Província do Pará, O Liberal, Folha de São Paulo e Correio Braziliense. Na Editora Abril, passou pelas revistas Superinteressante e Veja. Atualmente, escreve para a revista Época. Em 25 anos de profissão, sempre exerceu a função de repórter. Ao longo da carreira, ganhou três prêmios Esso de Reportagem e um Embratel de Jornalismo.
Elizabeth de Souza
Coloco abaixo, um dos vídeos dele no Inteligência Ltda, mas tem outros mais recentes:
Que garra e que coragem
Escrever sobre três
Psicopatas!
Que nós sabemos, né, porque o Mundo tá cheio!
São almas sem luz!
E pela aparência, enganam
Bastante!
Mas um ser iluminado disse:
Nem todo o que se vestir
De ouro e carmim, entrará no reino dos céus!
Ele estava falando, principalmente, dos psicopatas, que tentam destruir tudo que é só bem!
Ótimo dia querida amiga!
Excelente semana!
Djalmax ⭐
Cronista.Poeta.Pensador.Comentarista
Obrigada pelo comentário, Djalma!
Engraçado que em alguns estudos apontam que entre 7 seres humanos no mundo, um tem problemas no cérebro. Estamos convivendo com possíveis indivíduos com transtornos, que o diga a competente psiquiatra Ana Beatriz Barbosa.
Grande abraço e até o próximo café
Eu vi durante a semana a chamada para esta matéria mas o tempo é algo que vai se acabando. Bela análise deste escritor, jornalista. Estou de olho nestes leitores de livros digitais. Valeu essa dica.