Quero pular naqueles piers de Ilhabela.

 

Quero pular naqueles piers de Ilhabela.

Por Joka Faria

Imagem das lojas Rener

Madrugada, ouço Lana Del Rey e leio um texto de antes da pandemia. Como é mágico escrever a realidade que se torna irreal e ilusória em escritos. Pouco importa se não sou lido. Quero pular naqueles piers de Ilhabela.
Quem realmente somos quando escrevemos? Tantas ilusões na catarse do papel. Vivemos uma pandemia. Tem hora que a sala de aula é extremamente cansativa. Eu disse não, ao ser convidado para dar aula em outra escola. Nem sempre o dinheiro fala mais alto. Leio avidamente a Folha de São Paulo. Viver sem escrever para mim, seria como não existir. Cadê aquele alçapão dentro de uma escola? A tensão das crianças no parque. Imagino uma casinha no meio da Mantiqueira.
Uma imagem da Renner, um bikini. Uma mulher clássica diante de minhas retinas. Para que escrevemos se não temos leitores? Não me canso de fazer vídeos esta madrugada.
E o que é poesia?
Nem sou estilista, mas este bikini é tão clássico, caberia na mulher imaginária? Lana é tão doce!

A vida é uma ilusão e somos atores. Quando viveremos sem máscaras sociais?
Belchior, Caetano, Raul, não me cansam. Quero ter aulas de canto para cantar no crepúsculo de minha existência, nem sei se realmente existo. Não ligo para opiniões alheias. As salas de aulas, escolas me encantam, a pluralidade da sociedade sem bolhas.
No restante dos meus dias, sou aquele escritor esquecido e que nunca será lembrado. Mas nunca me esquecerei de José Omar de Carvalho, E eu nunca terei uma editora? Farei filmes?
No mais vou dormir e te sonhar vestida com este bikini em Ilhabela.

João Carlos Faria, 3 de Junho de 2023

 

 

O estranho cheiro de maresias

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