Raul Seixas, o profeta!

Na verdade, desde que me conheço por gente, sou ligada no grande Raul Seixas, com sua música profética/apocalíptica/filosófica. Foi de tanto ouvir o Raul que li o Bhagavad Gita, a Bíblia e o Tao te King. Foi de tanto ouvir Raul que busquei os filósofos, os poetas e por que não, o conhecimento do ocultismo e esoterismo. Ele foi de grande inspiração para muitas gerações. Mas ninguém podia imaginar, que um dia veríamos suas palavras, de forma tão concreta e real.
E numa sexta feira 13, (uma data cheia de simbolismos), com suas metafísicas e semiótica, caímos na conta de quanto o nosso Anarquista, poeta e músico Raul, estava certíssimo – e profetizou o dia em que a a Terra parou. A nova era de incertezas em que estamos vivendo em carne, osso e vírus. As feras, os homens e as bestas levantaram-se de seus túmulos e andam sobre o planeta. A terra que não sendo plana, se planificou na cabeça dos que perderam os neurônios nos elos das correntes de WattsApp. Esse WattsApp, que chamam de Zap.
E entre os infortúnios, as fronteiras estão sendo fechadas e a quarentena se fez presente num planeta contaminado por um vírus que está se espalhando por todo lado. E tudo vai parando diante dos nossos olhos.
E agora, a Terra parou! E o que diria hoje, o nosso querido Raul?

Elizabeth de Souza

O Dia em que a Terra Parou – Raul Seixas

Essa noite eu tive um sonho
De sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
O planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
E o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou (êê)
No dia em que a Terra parou (ôô)
No dia em que a Terra parou (ôô)
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou (ôô)
No dia em que a Terra parou (ôô)
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
No dia em que a Terra parou (oh yeah)
No dia em que a Terra parou (foi tudo)
No dia em que a Terra parou (ôô)
No dia em que a Terra parou
Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou (oh yeah)
No dia em que a Terra parou (ôô)
No dia em que a Terra parou (eu acordei)
No dia em que a Terra parou (acordei)
No dia em que a Terra parou (justamente)
No dia em que a Terra parou (eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou
No dia em que a Terra parou (no dia em que a terra
Parou)

Sobre Elizabeth Souza 408 Artigos
Elizabeth de Souza é coordenadora e editora do Portal Entrementes....

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