São as guerras, as guerras, as guerras
Joka Faria em transição
Tarde da noite, não ouço as estrelas, nem o clamor da guerra, o calor de primavera.
Um disco de Fagner e Zeca Baleiro toca e me toca na vitrola virtual.
O sangue se espalha diante de nossos olhos, são as guerras, as guerras, as guerras.
Será que ainda estamos algemados dentro de uma caverna?
Não sei das notícias de Tróia – Cadê Helena? Tenho imensas dúvidas que foi uma guerra por amor.
Hoje não li poemas, só crianças a brincar.
Sei que a noite é longa e cansativa, tantos sonhos e desperto ao acaso na madrugada, não tenho alguém ao meu lado.
Não tive filhos, não amei, um dia morrerei.
Toda noite, não ouço as estrelas.
As canções estão dentro de mim. As notícias das guerras, cracolândia.
Amo Sampa, mas não vou experimentar o risco.
Mantiqueira, Atlântico Oceano.
Quem sabe viagem de ônibus até o pacifico?
Amazônia incendeia a guerra de tróia.
E a saia que não compro.
E não ouso experimentar.
Quem somos, não somos, queer.
Tantas letrinhas e todos tão sós.
Tarde da noite, não ouço as estrelas.
Onde está o caminho para a tróia?
Fica antes de pasárgada?
Onde o rei foi destituído e tornou-se república.
Onde ninguém liga se eu usar um vestido.
E amar quem me ame e não ligue para a conta bancária.
João Carlos Faria
9 de Novembro de 2023, quinta feira.
Raimundo Fagner e Zeca Baleiro
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