Segure minhas mãos ao partir
E partiu meu coração
segurando minhas mãos
em seus últimos segundos
deu tempo ainda
de ouvir a Suprema Canção
dos meus trêmulos lábios
louvando Adônis
o meu anjo encantado
aquele que me pedia
ao telefone da telesp:
– Conte uma “Coisa Linda” pra mim!
Partiu para bem longe
atrás do sol e da lua
atrás do mundo
em que vivo
sem marcar um encontro
no Moulin Rouge em Paris.
Sinto sua falta
quando à noite
caminho solitária
pelas ruas da cidade sem alma…
Nossas almas aliadas
corriam por todos os lados
brincando de esconde
encontrando-se
em qualquer beco sem saída.
Almas tão leves
buscando os corpos
só para constatar
que era tudo verdade
e não um sonho bizarro
desses que a gente
sonha acordado
e não acorda enquanto sonha
deixando um vácuo
de dúvidas e incertezas.
Volte
para segurar as minhas
quando eu partir…
contando uma coisa linda pra mim.
Elizabeth de Souza
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