Grupo de poetas e músicos resgata a tradição das serestas no Vale do Paraíba.
O costume vem de Portugal e Espanha, desde o Trovadorismo. A palavra tem a mesma origem de “sarau”, que é do latim serotinus (tardio, pela tarde), a origem reside no galego serao (anoitecer) e no catalão sarau. A seresta foi um nome surgido no século XX, no Brasil e rebatizou esta tradição de cantoria.
De fato, a origem desse costume – de se evocar alguém (especialmente a pessoa amada) através dos versos – vem de muitos séculos atrás. Conforme o testemunho de cronistas medievais, na Pesínsula Ibérica (Portugal e Espanha), desde a Idade Média os trovadores e menestréis já costumavam entoar as famosas Cantigas ou Cantares, que compõem um vasto repertório lírico e também satírico: as Cantigas nem sempre tinham tom de romantismo, pois havia as Cantigas de Amigo, de Amor, destinadas aos amigos ou à amada, mas também as Cantigas de Escárnio e Cantigas de Mal-dizer, nas quais enviavam-se recados indelicados a desafetos pessoais, inclinando para o tom humorístico.
As cantigas líricas medievais constituíam inicialmente atividades palacianas, cantadas para as damas dos castelos e palácios. Por essa razão, eram encaradas como hábitos aristocráticos, entoadas ao som de instrumentos denominados guitarras (século XIII) ou vihuela (viola espanhola – séculos XIV e XV). Aos poucos, entretanto, foram extrapolando os muros dos palácios e mesclando-se com manifestações populares, entre as novas camadas sociais urbanas que se formavam. Em Portugal, no início do século XVI, o autor teatral Gil Vicente compôs peças que mostravam cenas do processo de popularização, como os autos Quem tem Farelos? e Auto de Inês Pereira.
Valéria Gomes de Souza. «A seresta e a serenata nas cidades e Conservatória e Niteroi, no Estado do Rio de Janeiro».
Originalmente composto por Fabio Damusi, estudante de história, brincante e arte educador, Poli Fernandes, estudante de direito e arte
educadora, Erik Fernandes, poeta, dramaturgo e arte educador, e Regiane Silveira, instrutora de Arte e Cultura, Terapeuta Ocupacional e especialista em Musicoterapia, em 2016 passou a integrar George de Franco da Rocha, estudante de letras, ator, oficineiro e jornalista, e em 2017 Moringa Junior, professor de música, percursionista nos grupos Cirandolé e Fuá Rabecado, e estudante de pós graduação em música.
Faça um comentário