“O CINEMA É UMA ILUSAO
O SINEMA NÃO.
Abda Almirez
Do livro “Seis passos para o abismo” – 2002
Dias de consumo tropicalista. Assisti uma parte do filme de Jorge Mautner “O DEMIURGO” de 1970 – Êxtase. Fazer cinema é uma ilusão? Resgatei um poema de Abda Almirez. O oficio de fazer cinema é uma obstinação não realizável? Esses dias de maturidade não tem o frescor da juventude. Ninguém mais se junta sem ter o vil metal. Sobreviver sem subverter?
Poetas, profetas desunidos em uivos solitários! Canções, poemas de Mautner me consolam em dias de chá de hortelã. E muitos e muitos livros numa consumação, sem perigo algum? Overdose de livros, “Demiurgo”, o mal? O que faz e desfaz? Mautner sempre genial na escolha filosófica de seus temas. Sem duvida poeta e filósofo. Na segunda, mergulhei de cabeça no oceano de deuses na Wikipédia. E saí inundado nas confusões entre deuses, demônios e diabos.
No domingo havia assistido mais uma vez o documentário Tropicália de Diretor Marcelo Machado. Se endoidece quando se vê uma vanguarda anos 60, 70 pura orgia de criatividade. No final se desfila uma linha de filmes e documentários que nos servem de inspiração nesses dias sem criatividade. Sem ousadia? Quem anda expandindo as fronteiras das artes? Mergulhando em hiper espaços? Navegando além de mares bravios? Abrindo portais em espelhos? Eu que não!
Vidas caretas! Sobrevivência, calmaria e sanidade. Onde estão os poetas? O que nos diria Ezdra Pound? Desculpem, mas não existe arte na institucional idade. Existe arte educação. Espíritos de conservadorismo e sem ousadia. Não deixam marcas, no Maximo um nome de rua! Espíritos conservadores não alcançam a liberdade, não escapam da burocrática SANSARA. Não existe mediação entre o ser humano e sua espiritualidade. Solfidone do jeito dele nos dizia isso.
Quem é Demiurgo? Satã? Deus? Quantos nomes sem respostas? Seres humanos marionetes de forças, além de nosso entender. Como dar um salto quântico, além de SANSARA? Eu, eternamente escravo dos sentidos? Sensualidade? Gozos? Egos? Meu quintal ainda não é quântico, não vejo o som e as cores de um disco voador. Mautner, Caetano, geniais num filme simples, filosófico. Ai se tivéssemos visto esse filme nos anos 80, 90?
É preciso navegar, barcos, canoas, discos voadores. Nem sei se antes de morrer, quero atravessar o espelho que Clarice atravessou. Reptilianos! Quantos povos nesse universo que não conhecemos. Os versos? Eu não existo. Desisto! Estou feliz ensinando a ler e escrever. Mas quero mais, muito mais quando vou dormir. E não é que na madrugada de segunda estava com Caetano Veloso fazendo mil e umas artimanhas. Dias de desilusão na trágica esquerda sem rumo?! Fracos, sem criatividade são os “poderosos” da esquerda.
Sejamos horizontais na reconstrução da democracia. Vamos além de nossas idiotas ambições. Estamos no intervalo do suspiro de nascer e no derradeiro suspiro. A vida é mera ilusão?
Destino, vamos dar um salto quântico além de SANSARA como escreveu Erik Von Daniken “Eram os deuses astronautas”. Por que Shophia mergulhou no abismo? Vamos criar um roteiro?
Ainda termino de ver O DEMIURGO de Jorge Mautner.
Joka Faria
João Carlos Faria
Abril despedaçado de 2018, cadê o Outono?
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