Tarzan
De todos os Tarzans da tela, Johnny Weissmuller foi, o que mais se identificou com o papel, permanecendo como um símbolo do próprio herói, e será eternamente lembrado pelos fãs. Balançando-se em cipós, soltando gritos agudos e enfrentando os perigos da selva, ele se transformou num mito. O mito de tanga e faca em punho, que fazia as garotas suspirarem com seu beijo viril, ao final d cada filme “Me Tarzan, you Jane”. A frase ficou tão famosa, quanto o agudo e terrível grito, ouvido por toda floresta e capaz de estremecer animais. Tarzan, o Rei dos macacos estava ali e Imortalizado na literatura, por seu criador Edgar Rice Burroughs, ele conquistou também o cinema, graças ao seu corpo atlético, seus músculos, sua coragem e sua luta em defesa dos injustiçados. A platéia era a mesma que o idolatrava nos gibis, ou seja, crianças e jovens. Lançado nas telas, Tarzan assegurou por muitos anos, o prestígio de Johnny Weissmuller, o mais perfeito interprete dos Tarzans, que o cinema se encarregou de criar e estes não foram tão poucos, teve: – Elmo Lincoln, Gene Pollar, Dempsey Tabler, Kamuela Searle, James Pearce, Frank Merril, Herman Brix, Glen Morris, Lex Barker, Gordon Scott, Dennis Muller, Jack Mahoney e muitos outros. Nenhum deles, contudo, conseguiu ser um ídolo como Weissmuller, interprete de 12 filmes sobre Tarzan e por 16 anos, Rei absoluto das selvas criadas por Hollywood.
Tudo começou com a vitória nas provas de natação dos jogos olímpicos de 1.924 a 1.928. Weissmuller, que havia se lançado no esporte quando criança, para curar-se de asma, tornava-se um atleta exemplar, conseguindo 77 títulos de campeão mundial e quebrando 174 recordes. Em 1.950, ele foi escolhido como o melhor nadador da primeira metade do século 20 e com este título abandonava de vez a realidade para entrar na fantasia, vestido com uma sumária tanga. Começava ali uma carreira intensa, com grandes sucessos de bilheteria, para quem até então, tinha como desafio apenas umas braçadas a mais. Pulando de galho em galho, lutando com animais ferocíssimos, desviando-se de flechas envenenadas e nadando em rios infestados de jacarés famintos, o dia – a – dia de Tarzan- Weissmuller podia ser tudo, menos monótono. Com a mesma agilidade com que se movia na água, ele combatia vilões, expulsava predadores de seu território e ainda tinha tempo de passear pela selva na cabeça de Tantor, o elefante.
Tarzan, o Filho das Selvas ( na reprise, Tarzan, Homem-Macaco ), foi rodado nos estúdios da MGM, com todos os requisitos das produções classe ” A “, tendo o departamento de som providenciado o célebre ” grito “, os roteiristas, um dialeto tarzânico e, para as cenas mais arriscadas nos cipós, chamados os trapezistas The Flyng Cadottas ( Alfred e Tony Cadotta ). O script de Hume, guardava pouca semelhança com o Tarzan de Burroughs, omitia todas as referências a origem do Homem,- Macaco, concentrando-se primordialmente nas relações românticas entre ele e a jovem inglesa Jane Parker, protagonizada por Maureen O´Sullivan. O segundo exemplar feito é Culver City, a Companheira de Tarzan – 1.934 ( Tarzan and his mate ) tinha Jacqueline McKins dublando Maureen nas cenas subaquáticas e um desenlace sensacional com Tarzan provocando uma debandada de elefantes para salvar Jane. No terceiro, a Fuga de Tarzan – 1.936 , ( Tarzan Escapes ), reeditada uma primeira versão, The Capture of Tarzan, estreou a macaca Cheeta, responsável daí por diante pela parte humorística.
*Jorge Hata
Historiador e colunista na HATA QUADRINHOS
Faça um comentário