Últimas semanas da exposição EXTRACTUM, de Celso Gitahy -

Últimas semanas da exposição EXTRACTUM, de Celso Gitahy – no Centro Cultural São Paulo

Mostra apresenta série de pinturas abstratas realizadas com fragmentos de estênceis figurativos, produzidos durante os últimos trinta anos

Contemplada pelo edital de exposições inéditas de artes visuais PROAC 2023, Extractum é a mais nova exposição multimídia individual do artista paulistano Celso Gitahy, reconhecido como um dos principais nomes da arte urbana e uns dos pioneiros da arte com estêncil e da arte de rua no Brasil. Até 08 de setembro no Centro Cultural São Paulo. Entrada gratuita.

Com curadoria de Bruna Callegari e Rafael Buosi, a mostra apresenta 80 trabalhos selecionados entre pinturas, impressões e vídeos, dos quais 60 deram origem à série Extractum, realizada com tinta spray sobre caixas de papelão descartadas por supermercados locais.

Celso Gitahy mostra em Extractum um abstracionismo com movimento, experimentando novas possibilidades de realização do seu trabalho, utilizando fragmentos de matrizes de estênceis confeccionadas durante trinta anos de carreira artística, e apresentando um universo de pinturas abstratas inusitadas, num processo que o próprio artista define como “o encontro com a alma da experiência sensorial de compor imagens com cores, traços e manchas de maneira empírica e espiritual”.

A série original composta por 227 pinturas abstratas deu origem a novos processos criativos, gerando imagens da imagem que ampliam a visão artística em impressões fine art. A exploração da arte digital também resultou em imagens animadas e videográficas, nas quais o código genético figurativo das obras originais está presente de forma diluída e imersiva.

Sempre mantendo sólida atuação na cena de arte urbana, tanto produzindo nas ruas como escrevendo e publicando textos sobre a história desse seguimento de arte no país, Celso pôde, através da prática e exercício do ofício como artista profissional, desenvolver sua forma particular de linguagem poética através de sua pintura, chegando a esse resultado atual do abstracionismo com movimento, flertando com o universo digital, experimentando novas possibilidades de apresentação de seu trabalho e revelando toda a experiência acumulada por anos.

Além da exposição, Celso Gitahy lançou em maio deste ano o livro “Celso Gitahy – Uma Timeline”, publicado pela Editora Afluente. A obra traça a trajetória artística de Gitahy, um dos precursores da street art no Brasil. Com dezesseis capítulos, o livro percorre as várias fases de sua carreira, enriquecido por textos introdutórios de importantes figuras da cena artística brasileira.

“Mestre como é reconhecido por muitos dos seus, Celso Gitahy é um criador de imagens. Possui liberdade e determinação para explorar e romper linguagens. Utiliza novas e antigas técnicas para realizar seu trabalho, reciclando materiais presentes no dia a dia, buscando novos suportes e elaborando pinturas e imagens que ganham vida própria, elaboradas para serem contempladas, degustadas, experimentadas”, conta Rafael Buosi – curador da mostra.

Sobre Celso Gitahy

Brasileiro, nasceu em São Paulo, graduou-se em artes plásticas pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Possui mestrado em arte contemporânea e docência no ensino superior pela Universidade Camilo Castelo Branco – Unicastelo. Gitahy inicia sua produção artística no começo dos anos oitenta envolvido com o movimento punk paulistano. Artista urbano reconhecido por usar com propriedade a técnica do estêncil em suas obras e intervenções, dentro e fora do país — seja produzindo nas ruas, conduzindo workshops ou escrevendo textos sobre grafitti — ele pôde, através da prática do ofício de artista profissional, desenvolver uma forma particular de linguagem poética através da pintura. Seu universo de imagens é composto por naves espaciais e ícones de consumo, misturados com o Homem e a natureza, criando metáforas visuais com “nuances” críticas e irônicas. Em seu repertório imagético, se destacam o “Tvnauta” (astronauta voador com cabeça de televisão) e as “pílulas coloridas” denominadas pelo artista como: “Estimulantes visuais”. Participou de exposições em galerias, centros culturais e teve suas obras expostas em espaços públicos no Brasil, Argentina, USA, Itália, França, Alemanha, Hungria, China, Cuba e Australia, além de realizar oficinas, palestras e curadorias abordando o tema: arte urbana. Entre artigos e textos publicados: autor do livro “O que é Graffiti” da Coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense; assina um capítulo no livro O Graffiti na cidade de São Paulo e sua vertente no Brasil; “Estéticas e estilos” editado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e o artigo Grafiteiros grafitistas rumo a virada do milênio, inserido na Revista do Patrimônio Histórico – Ano III da Secretaria Municipal de Cultura de SP. em 2010 e 2012. Atualmente, vive e trabalha em seu ateliê em Mairiporã̃, região metropolitana de São Paulo, Brasil.