Uma reflexão sobre a produção literária nas classes populares

Uma reflexão sobre a produção literária nas classes populares

Por Joka Faria

Fiquei alguns dias sem escrever. Eu estava em uma fase de muitos poemas e textos sendo redigidos. E nem escrevi neste domingo. Acabei de ler Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MC’s, e fiz um vídeo sobre a leitura do livro. São as canções desses rappers que me inspiraram. Mas o que me traz aqui é uma conversa em dois grupos: o “Só Poemas” e outro de amigos, sobre as dificuldades econômicas de se produzir livros. Sim, é um produto caro, mesmo custando entre três a quatro mil reais. Não me sinto à vontade para usar leis públicas, pois acredito que devemos manter nossa independência e criatividade.

Teve um livro de um colega que sofreu sanções políticas. É um desafio de fundo econômico e social viabilizar livros de novos autores. Eu utilizo o Entrementes, um blog e redes sociais para divulgar minha produção literária, além de um canal de vídeo. Como se expressar em um país onde sobreviver e ter trabalho é um desafio constante? E suprir as necessidades básicas é uma luta diária. Entrar em atacados, conferir os preços e ficar surpreso é uma realidade. Precisamos encontrar soluções econômicas para produzir a literatura atual, assim como para as artes. Elas são alimento para os espíritos.

Hoje, com a internet, computadores e celulares, difundimos nossos pensamentos e criações. No entanto, muitos artistas ficam à margem e contribuem para a reflexão sobre como incluir o universo LGBT e as periferias na literatura. As diversidades estão presentes e convivemos com o crescimento das ideologias de extrema direita no Brasil e no mundo. Portanto, a pluralidade de pensamento é essencial. Ela nos inspira a superar os desafios econômicos. As periferias precisam de espaços para arte, cultura e geração de renda. Defendo a ideia de doação de terrenos para ONGs. Este texto não se encerra aqui. É uma contribuição para a reflexão sobre o livre pensar. Conto com sua reflexão para encontrarmos os caminhos para uma sociedade plural.

João Carlos Faria
8 de Agosto de 2024, Quinta-feira, inverno