História une dois jornalistas decididos a desvendar um crime do passado
Uma jornalista tem nas mãos uma história esquecida há mais de vinte anos. Com a intenção de aprofundá-la, ela entra em contato com outro jornalista.
Desse mote é que nasce o romance “Um cão late na noite”, do escritor, e também jornalista, Sérgio Arruda de Moura.
Publicada pela Editora Penalux, a obra foi oficialmente lançada na Academia de Letras de Campos dos Goytacazes (RJ), no último 24 de junho.
O romance desenvolve uma trama que busca apurar um acontecimento passado, envolvendo um menor infrator, que nos dias atuais, se vivo estivesse, seria já um adulto.
“É uma história sobre esta trajetória, o que se vai descobrindo no caminho, uma história dentro de outra, sendo a jornalística a que ocupa o centro”, nos conta Arruda.
O autor revela que sempre quis escrever um romance. “Tenho um conto premiado e publicado numa coletânea há mais de 30 anos”, diz.
Nascido no Recife, onde se graduou em Letras e Jornalismo e fez mestrado em Teoria Literária, Arruda veio para o Rio em 1987 para fazer doutorado em Literatura Comparada na UFRJ. Em 1995, ingressou na UENF, atuando no Laboratório de Cognição e Linguagem (LCL).
Sergio também releva que desde jovem tem sido um leitor assíduo de romances. “Sempre estarei com um livro debaixo do braço”, sentencia.
De leitor a escritor, foi uma questão de tempo. De contista a romancista, o autor conta um pouco sobre a gênese do seu romance: “Imaginei uma criança praticando um crime horrendo (que é o que acontece na origem do meu romance). Na sequência, fiz uma longa digressão sobre a responsabilidade, sobre até que ponto a criança poderia ser responsabilizada pelo seu ato. Ela deveria crescer, ser instruída, desenvolver uma reflexão civil sobre a responsabilidade, e só aí ela teria uma consciência sobre o seu ato, mas ele não seria mais a criança, e sim um homem sem nenhum crime civil a expiar, exceto a sua consciência”.
Além desse ponto partida, do menor infrator, a trama também se sustenta pela relação dos dois jornalistas, um homem e uma mulher, cujo vínculo se constrói aos poucos na discussão da busca das fontes, no tratamento humano da notícia e nos resultados isentos que pretendem alcançar.
“A escrita os aproxima e faz nascer entre eles uma profunda admiração”, adianta o autor. “Essa admiração nasce enquanto discutem e tomam decisões a respeito dos limites do jornalismo e da grandeza da literatura.”
Assinando o texto de orelha, a jornalista e professora universitária, Jacqueline Deolindo, descortina um pouco a enredo do livro: “Sérgio nos conta aqui a história de uma história: o romance se abre como uma janela para o experiente jornalista Joaquim de Assis, seus pensamentos, suas convicções pessoais e profissionais, sua flânerie, seus métodos, sua dor profunda e cauterizada, resultado do assassinato do filho criança por outra criança. O jornalista vira fonte – na verdade, muito mais que isso – quando uma jovem e intrépida repórter, Isadora, decide retomar a história da tragédia esquecida pela sociedade. […] Esta é a história de homens e mulheres e do sentido que conferem ao trabalho, à cidade, ao passado, ao presente, ao outro. É a história de uma reportagem que cobre a vida com suas semióticas”.
Por meio de sua escrita intimista, Sérgio Arruda constrói uma narrativa admirável, que coloca em pauta discussões sobre temas importantes, como a ética na profissão e a política brasileira. “Um cão late na noite” é um romance atual e necessário que arrebatará o leitor e o prenderá na trama complexa de sua narrativa.
SERVIÇOS
Um cão late na noite (romance, 212 p; editora Penalux). R$ 47.
Onde comprar:
www.editorapenalux.com.br/loja/um-cao-late-na-noite
SOBRE O AUTOR
Com formação em Letras e Jornalismo, suas duas paixões, atua como professor nessas áreas na perspectiva da pesquisa e orientação de teses e dissertações em programa de pós-graduação na UENF (Campos dos Goytacazes-RJ), além de produção textual e ensino de literatura na graduação.
Nasceu no Recife e veio para o Rio complementar seus estudos e formação acadêmica e por aqui ficou. Escreveu inúmeras crônicas, com viés de artigo e ensaio em jornais campistas, embora seja ao mundo acadêmico e as suas exigências de produção científica que mais se dedica.
Bem vinda de volta Editora Penalux, que a luz se propague Entrementes…
Bem vindos Wilson Gorj e Tonho França!
Que a parceria continue…Elizabeth
Mais uma vez agradecemos, Beth. Um forte abraço. Wilson e Tonho