Vem meteoro, vem!
“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.” (Machado de Assis)
ASSIS, M. Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Alguns fatos que acontecem a nossa volta chocam zero pessoas, devido a recorrência. A frequência com que assistimos tragédias, acidentes, assassinatos, guerras, mortes, etc paralisam sentimentos, tornando-nos frios e alheios a realidade que nos cerca.
O assombro pertence aos inquietos por natureza e nada passa batido, suspenso ou fora de questão para os que tem emoções e cultivam a empatia. O sentimento de humanidade dentro deste planeta tão devastado pela irresponsabilidade humana.
Normalmente não assisto noticiários na TV aberta, fico mal com tudo que escuto e vejo. E para não ficar sem informações, busco no Twitter as notícias quentes, em tempo real. Faço um grande esforço para não me identificar, preservando minha saúde mental e emocional.
Dia desses resolvi seguir um jornal local no Instagram e caí num profundo arrependimento. Uma trágica notícia me deixou perplexa e me dei conta que não posso mais ouvir esse tipo de notícia, porque fico doente. Ainda não desenvolvi anticorpos para suportar as tragédias que pululam o cotidiano a todo instante. Fico pasma e não acredito que um ser humano é capaz de cometer crimes abomináveis.
Foi o caso de uma menina de 13 anos que desapareceu e foi encontrada enterrada na casa, morta pelo próprio pai. Muitas suspeitas estão sendo averiguadas de provável abuso por parte do pai e uma gravidez. Fiquei horrorizada de como um pai pode fazer algo tão cruel com a própria filha.
Fico me perguntando o porquê colocar filhos no mundo sabendo que esses vem para sofrer o cão. Uma vaidade e egoísmo tipicamente humana por acreditar que precisam deixar suas heranças (malditas, né?); acreditam que é preciso exercer a maternidade (nunca entendi essa regra medíocre). E muitos conseguem fazer horrores com os próprios filhos, não bastasse o horror de estar num lugar onde só tem dor e sofrimento naturalmente.
Bom, acho que estou sendo um “pouco” pessimista, afinal o planeta é lindo e ver o sol nascer todos os dias é de uma beleza indescritível…mas precisava contar essa agonia que passei.
Vou deixar abaixo o link da notícia, porque não vou sofrer sozinha e os que me leem são criaturas sensíveis e vão sofrer junto comigo. Não é sadismo da minha parte, sádico é esse mundo em que vivemos. Simplesmente assim!
A nossa velha geração atrelada ao lance de ter uma família como uma célula baseada em religiões e paradigmas onde a mulher, o ser feminino, teria que se submeter ao princípio da pater famílias. Nesse momento agradeço muito ao meu pai que era um ateu e respeitava suas filhas a ponto de ensiná-las a não seguir esses paradigmas vigentes.
A geração X – mais descolada e independente, buscou suas liberdades e seus direitos, mas ainda desejam filhos.
A geração Y – nascida junto com a tecnologia, apresentou uma visão diferente de tudo devido as grandes transformações que aconteceram no mundo a partir disso – os novos descolados. No entanto continuam com o desejo de ter filhos.
E a Z – geração das redes sociais, os apocalípticos e por isso, uma tendência a não querer filhos porque são os desesperançados e com poucas convicções positivas. Mas ainda continuam a ter filhos.
De uma geração para a outra a anterior leva na cara uma #cringe, mostrando que tudo se tornou cafona, mico ou vergonha alheia. A juventude é passageira demais e nada muda no mundo de forma rápida, só o tempo.
A partir de 2010 surge uma nova geração, a Alpha e acredita-se que serão os revolucionários, só vendo para crer, precisamos urgente dessa revolução, diferente daquelas dos anos 60. É preciso urgente uma nova forma de pensar.
Todas essas gerações são diferentes entre si, mas carregam os mesmos valores e o lance de continuar a espécie humana continua firme e forte.
De vez em quando aparecem alguns movimentos que abordam o lance de filhos, mas são modestos demais ou extremistas demais, como por exemplo o da “Geração NoMo”, onde mulheres optam por não ter filhos e um movimento radical demais que são os Childfree. A natureza humana ainda está atrelada aquela velha máxima ultrapassada e sem noção de “Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra”, quando nem cabe mais gente no globo globalizado.
E os humanos continuam a transferir seus gens para uma nova geração e assim caminha a humanidade para todo o sempre?!
Elizabeth de Souza
*Neste domingo, assisti uma minissérie documentário da Netflix: “Rezar e Obedecer”, recomendo! É como assistir aquela outra “Jeffrey Epstein: Poder e Perversão”, também da Netflix.
Que sempre é este ? Desculpe – me por não me aprofundar nestas detestáveis notícias.Eu não saberia acompanhar só twiter, uol; Cortamos a cansativa tv a cabo. Acabo assistindo o Jornal Nacional O jornal da tv cultura. Ontem estive numa reunião presencial da arte e cultura de nossa Cidade das Palavras. E ali ficamos sabendo dos bastidores da ideologia bestial destes governos de extremo facismo de direita. Levo alguns dias para digerir estes encontros dos que ainda se acreditam humanos. Será que somos humanos? O trabalho na educação me alivia a alma que nem sei se tenho. Desligo-me do universo digital. Belíssima reflexão Elizabeth de Souza.
Joka, também estou me desligando , aos poucos, do universo digital. Instagram, facebook, instagram,uma vez por dia para divulgar as matérias do site. O instagram é uma rede social que só cabe imagens e não aceita link, está sendo meio inútil. No facebook aceita links que acabam se direcionando para o site. O Twitter gosto de entrar para ver o que está rolando. O Whatsapp também para divulgar e conversar com a família e os amigos chegados. Finais de semana, meio que me desligo e quando viajo, uso o celular para dar notícias.
Por conta do site, preciso usar esse mundo digital, mas penso muitas vezes em acabar com tudo e não usar mais nada, mas…sempre o mas…
E quanto as notícias, se é para saber, melhor saber de tudo, né?
Abraço, Joka!