Viver, segundo Riobaldo
Com certeza, até o final de meus dias permanecerei encantado com “Grande Sertão – Veredas”. Esse monumento literário foi um presente de João Guimarães Rosa ao povo brasileiro. Naquelas centenas de páginas somos conduzidos pelos grotões do sertão rude das Gerais. Um Brasil ainda desconhecido da população urbana se descortina numa linguagem inovadora. O autor fala pela voz do jagunço Riobaldo, criado na aspereza daquelas paragens, homem capaz de tudo, até de filosofar sobre a vida e a aventura de viver.
O que é a vida para Riobaldo? Eis alguns de seus pensamentos:
“A vida é cheia de passagens emendadas”.
“Viver, o senhor sabe, viver é etc”.
“A gente morre é para provar que viveu. Viver é muito perigoso; sempre acaba em morte”.
“Viver é um descuido prosseguido”.
“Vivendo se aprende, mas o que se aprende mais é só fazer outras maiores perguntas”.
“O mundo é mágico e as pessoas não morrem, ficam encantadas”.
“Um menino nasceu. O mundo tornou a começar”.
E, para uma boa e profunda reflexão: “O sertão é dentro da gente”.
Por Gilberto Silos
Gilberto, realmente “Grandes Sertões – Veredas” é toda uma aula de filosofia.
Abraço!